Presidenciáveis elogiam manifestações contra Bolsonaro e criticam voto útil
Nathan Lopes
Do UOL, em São Paulo
Candidatos à Presidência da República aproveitaram os atos realizados contra Jair Bolsonaro (PSL) neste final de semana para criticar o adversário e exaltar as manifestações. Oito presidenciáveis estiveram reunidos na noite deste domingo (30) para participar do debate da Record TV, em São Paulo. Por recomendação médica, Bolsonaro não participou.
Possível adversário do candidato do PSL em um segundo turno, de acordo com as pesquisas mais recentes de intenção de voto, o petista Fernando Haddad disse que os atos foram relevantes para a democracia e o Brasil, exaltando a defesa das mulheres. "É muito importante para a democracia e para o Brasil".
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Geraldo Alckmin (PSDB) exaltou a importância das manifestações e minimizou a ausência de sua vice, Ana Amélia (PP), única candidata mulher que não participou de atos contra Bolsonaro, pois ela cumpria agenda no Rio Grande do Sul.
Guilherme Boulos (PSOL) fez o ataque mais forte, dizendo que a derrota de Bolsonaro começou no sábado. "O ódio não vai vencer", declarou. E pregou que o eleitor não faça voto útil. "Eleição não é corrida de cavalo, em quem você aposta em quem vai vencer".
A candidata Marina Silva (Rede) também foi na linha de Boulos contra o voto útil. "Numa eleição em dois turnos, não se pode abrir mão do voto do coração". Ela também criticou Bolsonaro, exaltando os atos de sábado. "Temos que combater todos os excessos autoritários que enfraquecem nossa democracia".
Alvaro Dias (Podemos) classificou os atos como "Manifestações gigantescas", que mostram um desejo da população. Na mesma linha, Meirelles (MDB) disse que "não é mais aceitável" o tipo de discurso do candidato.
Cabo Daciolo (Patriota) disse que apoia "todos os movimentos populares". Ciro Gomes (PDT) não falou com a imprensa.
Veja imagens dos protestos contra Bolsonaro
Pesquisa aponta empate técnico
Bolsonaro vinha liderando de maneira isolada as pesquisas recentes de intenção de voto para o primeiro turno. Neste domingo, pela primeira vez, o candidato do PSL aparece tecnicamente empatado com Haddad, conforme os resultados da pesquisa do instituto MDA encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).
O levantamento mostra Bolsonaro com 28,2% das intenções e Haddad com 25,2%. A margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais para mais ou para menos. Considerando essa margem, Bolsonaro pode ter entre 26% e 30,4%. Já Haddad pode ter entre 23% e 27,4%.