Bolsonaro passará por nova avaliação médica para definir presença em debate

Gustavo Maia e Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

  • Leonardo Benassatto/Reuters

    29.set.2018 - Bolsonaro durante o voo para o Rio de Janeiro, depois de ter recebido alta

    29.set.2018 - Bolsonaro durante o voo para o Rio de Janeiro, depois de ter recebido alta

O cirurgião Antonio Luiz de Vasconcellos Macedo, que cuidou do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) em São Paulo, vai ao Rio na quarta-feira (3) para avaliar o estado de saúde do candidato e ver se ele terá condições físicas de participar do debate da TV Globo, a ser realizado na quinta-feira (4), três dias antes do primeiro turno.

O médico confirmou diretamente ao UOL a informação quando questionado, nesta segunda-feira (1º), se existiria alguma recomendação médica para ele evitar a ida ao debate ou exposições públicas. Macedo afirmou que iria pessoalmente à casa de Bolsonaro para avaliá-lo.

Macedo foi o responsável por uma cirurgia de emergência e pelo acompanhamento médico de Bolsonaro durante os 23 dias que o candidato esteve no hospital Albert Einstein, na zona sul da capital paulista. Bolsonaro permanece com uma bolsa de colostomia, o que gera incômodo. 

O presidenciável recebeu alta do hospital na manhã de sábado (29) e viajou ao Rio de Janeiro, onde se mantém em repouso na casa da família, na Barra da Tijuca, zona oeste.

Em entrevista ao Jornal Nacional, durante o voo ao Rio, Bolsonaro afirmou ter interesse de participar do último debate antes do primeiro turno. "Até porque fiquei muito tempo afastado, fui muito atacado. É a oportunidade que eu tenho de mostrar a realidade e realmente também quais são meus planos para o Brasil", disse.

No entanto, a participação de Bolsonaro no evento da emissora divide a cúpula da campanha. Dois dos filhos do presidenciável, o deputado estadual Flávio (PSL-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), já se manifestaram favoráveis à ida do pai ao debate, desde que haja autorização médica.

Além deles, a reportagem ouviu de outros integrantes, em reservado, que a comoção por conta da facada já rendeu todos os dividendos eleitorais possível, e que o ideal seria fazer um "último sacrifício" para tentar arrebanhar votos às vésperas do primeiro turno.

A advogada Janaina Paschoal, candidata da deputada estadual pelo PSL em São Paulo e que chegou a ser cotada como vice na chapa de Bolsonaro, escreveu no Twitter que, caso ele esteja em condições, deve ir ao debate. "Gases não podem parar um chefe de estado", disse.

A corrente enfrenta a resistência do presidente em exercício do PSL e um dos mais próximos aliados de Bolsonaro, o advogado Gustavo Bebianno. Para ele, o presidenciável participar do debate com os adversários seria "um sacrifício a troco de muito pouco resultado".

Embora o próprio candidato tenha deixado em aberto a possibilidade de ir aos estúdios da Globo, Bebianno tem sido categórico nos últimos dias afastando qualquer chance de que vá ao evento.

Voo com Bolsonaro tem bate-boca entre passageiros

Caso Bolsonaro vá ao debate, será a primeira vez que ele enfrentará um oponente petista frente a frente durante esta corrida eleitoral, uma vez que terá a chance de discutir com Fernando Haddad, o candidato do PT.

Os dois são o primeiro e segundo colocados nas últimas pesquisas de intenção de voto. De acordo com a última, do instituto MDA, encomendada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), divulgada neste domingo (30), Bolsonaro tem 28,2%, e Haddad, 25,2%. Como a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, os dois estão tecnicamente empatados. 

Ausente no debate da Record TV, na noite deste domingo (30), Bolsonaro foi bombardeado pelos rivais. "Eu, no outro debate, vim com uma sonda pendurada na perna, em respeito aos ilustres opositores e à sociedade brasileira, porque precisamos debater", disse Ciro Gomes, a exemplo.

Através do Twitter, Bolsonaro rebateu na manhã desta segunda: "Em minha presença, evitaram fazer perguntas a mim e me trataram com cordialidade. Na minha ausência, forçada por orientação médica pois tomei uma facada de um militante de esquerda, não param de falar meu nome e mentiras a meu respeito. Covardia ou cinismo?".

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