Bolsonaro poupa aliados e culpa adversários por "mentiras" sobre 13º e CPMF

Do UOL, em São Paulo

  • Leonardo Benassatto/Reuters

    29.set.2018 - Após ter alta, Bolsonaro foi de avião para o Rio

    29.set.2018 - Após ter alta, Bolsonaro foi de avião para o Rio

Em uma live transmitida em sua página do Facebook nesta segunda-feira (1º), o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) acusou seus adversários de semearem "as mais variadas mentiras" a seu respeito durante os dias em que ele esteve internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo. O deputado federal, que foi vítima de uma facada no dia 6 de setembro, recebeu alta no último sábado (29).

Bolsonaro negou que, se for eleito, irá acabar com o 13º salário e voltar com a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Os temas vieram à tona com as recentes declarações de seu candidato a vice, o general Hamilton Mourão (PSL), que classificou o 13º e o adicional de férias de "jabuticabas", e de Paulo Guedes, considerado seu "guru" na área econômica, que disse estudar a criação de um novo imposto nos moldes da CPMF.

"[Outros candidatos] Aproveitaram o momento que eu estive no leito de morte para semear mentiras", disse Bolsonaro. Ao falar sobre seus adversários, Bolsonaro direcionou boa parte de suas críticas a Geraldo Alckmin (PSDB), que vem atacando o deputado federal em sua campanha.

"Uma, que o tempo todo o candidato do PSDB vem falando, é que eu vou acabar com o 13º. Mentira, calhordas mentirosos. Eu nunca falei isso. Pegue um áudio meu, vê se isso está no meu programa de governo", disse. Em nenhum momento, no entanto, Bolsonaro mencionou Mourão ou Paulo Guedes como os autores das frases que deram origem às polêmicas.

"Alckmin, quem criou a CPMF foi Fernando Henrique Cardoso", disse sobre a polêmica do imposto. "Eu votei contra a CPMF, nós extinguimos a CPMF. Botar na minha conta querer ressuscitar a CPMF é covardia, o que não me impressiona vindo de você, que perde para mim inclusive no seu estado", complementou.

Bolsonaro também afirmou que irá fazer um governo "para o povo". Ele voltou, então, a atacar Alckmin: "Eu tenho como convocar ministros competentes. O senhor não".

O candidato disse ainda estar fazendo "de tudo" para comparecer ao debate da Rede Globo na próxima quinta-feira (4). "Só não vou se meus médicos me proibirem para tal", disse.

Manifestações e união

Bolsonaro também agradeceu as manifestações que aconteceram em seu apoio neste domingo (30) e criticou a Rede Globo. Segundo o candidato, o "Jornal Nacional" dedicou mais tempo para noticiar as manifestações contrárias a ele que aconteceram no sábado (29), com o mote "Ele Não".

"Mas não tem problema. A verdade não tem como ser escondida, porque temos as mídias sociais", disse Bolsonaro. O candidato disse, ainda, que um milhão de pessoas, segundo a PM (Polícia Militar), teriam comparecido à avenida Paulista, em São Paulo, para manifestar seu apoio a ele. A PM, no entanto, não divulgou estimativa de público do ato de domingo e nem do ato de sábado.

Criticando o PT, Bolsonaro pregou um discurso de união: "Estamos juntos nesse barco. Homens, mulheres, negros, gays, índios, quilombolas. Esse Brasil é nosso, não é do PT".

"A esquerda nos dividiu. Brancos e negros, homos e heteros, nordestinos e sulistas", disse. "Vamos acabar com isso: um só povo, uma só bandeira, uma só nação verde e amarela", complementou.

Direcionando um recado ao eleitorado feminino, Bolsonaro prometeu que as mulheres "nunca serão tão bem tratadas" como em um eventual governo seu.

O candidato também fez um aceno aos eleitores nordestinos e disse que "muitos eleitores do Lula" estão "passando" para o seu lado. Em seguida, afirmou que o Bolsa Família é "importante e vai ser mantido". "O que queremos é combater fraudes", disse.

Privatizações

Bolsonaro voltou a dizer que não irá privatizar todas as estatais, poupando, por exemplo, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e Furnas. Ele também prometeu "implodir" o sigilo do BNDES.

"Vamos implodir no bom sentido. Ninguém vai querer colocar bomba em lugar nenhum no sigilo do BNDES", disse logo em seguida.

O candidato também não descartou a possibilidade de colocar o sistema energético brasileiro sob responsabilidade das Forças Armadas --o que, segundo ele, já funciona nos Estados Unidos.

Pesquisa Ibope divulgada nesta segunda aponta que Bolsonaro continua liderando a corrida no primeiro turno com 31% das intenções de voto. Fernando Haddad (PT) teve 21%, Ciro Gomes (PDT), 11%, Geraldo Alckmin (PSDB), 8%, e Marina Silva (Rede) teve 4%.

Nas simulações de segundo turno, Bolsonaro empataria com Haddad: ambos ficariam com 42% das intenções de voto. Nos demais cenários, Bolsonaro perderia para Ciro, estaria em empate técnico com Alckmin e venceria Marina.

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