Haddad critica 'censura' a Lula e propõe agenda de reformas constitucionais

Vinicius Boreki

Colaboração para o UOL, em Curitiba

A reforma tributária, do sistema bancário e dos regimes próprios dos estados são três das alterações propostas pelo candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, que, na semana passada, sugeriu "criar condições" para uma nova Constituição do Brasil.

"Na verdade, a preocupação é de que o Congresso tenha uma agenda de reformas constitucionais importantes e que escolha o caminho mais adequado para fazê-las", afirmou o candidato na saída da Superintendência da PF, em Curitiba, onde visitou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para Haddad, com a participação do Congresso no processo, haveria segurança jurídica e um ambiente de negócios favorável ao crescimento.

"Se o Congresso assim entender [por uma Constituinte exclusiva], o nosso propósito é promover as reformas constitucionais, com a mudança no regime tributário, porque hoje é o pobre que paga imposto; uma reforma do sistema bancário, contra o cartel que se estabeleceu no país e espolia a população cobrando juros extorsivos; a questão dos regimes próprios, pois muitos estados e municípios estão quebrados", afirmou depois da terceira visita ao ex-presidente desde que assumiu a cabeça da chapa petista.

O presidenciável refutou a comparação entre a sua iniciativa e a proposta pelo general Hamilton Mourão (PRTB), vice de Jair Bolsonaro (PSL), que sugeriu a criação de uma "comissão de notáveis" para modificar a Constituição. "Só quem não entende de Constituinte diz uma coisa dessas", afirmou.

"Censura" a Lula

Depois de o ministro do STF Luiz Fux vetar a entrevista que Lula concederia ao jornal "Folha de S.Paulo" na última sexta-feira (28), Haddad disse que vê com preocupação "uma nuvem carregada contra um princípio constitucional consagrado nas democracias modernas", a liberdade de imprensa.

"Discutimos muito profundamente a ameaça à liberdade de imprensa que estamos vivendo. Infelizmente, tem havido um choque de entendimento, que tem prejudicado a própria imprensa e a liberdade de imprensa consagrada na Constituição e o direito do cidadão à informação", disse.

De acordo com ele, o ex-presidente Lula está disposto a conceder entrevistas a qualquer veículo nacional ou internacional "para falar de programa de governo, de futuro, de Brasil e do mundo".

Haddad deixou a superintendência da PF acompanhado do candidato do PT ao governo do Paraná, Dr. Rosinha, e da presidente do partido e candidata a deputada federal, a senadora Gleisi Hoffmann.

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