Campanha de Bolsonaro espalha fake news contra minha família, diz Haddad

Nathan Lopes
Do UOL, em São Paulo
Alex Viana/Agência F8/Estadão Conteúdo

O candidato do PT a presidente, Fernando Haddad, voltou a criticar Jair Bolsonaro (PSL) e ligou seu principal adversário na corrida ao Planalto a notícias falsas que estão sendo divulgadas via WhatsApp.

Em pronunciamento à imprensa, o petista indicou temer o efeito que as mensagens podem ter sobre o eleitorado evangélico. "Parece que a campanha do Bolsonaro está agindo muito fortemente em fake news contra a minha família, contra minha atuação como ministro", disse nesta quarta-feira (3). "Isso está crescendo muito nos últimos dias, sobretudo direcionado ao público evangélico, que nós sabemos que cultiva valores que nós também cultivamos".

Bolsonaro tem crescido nas últimas pesquisas de intenção de voto, tendo passado da barreira dos 30% tanto no Datafolha quanto no Ibope, enquanto Haddad manteve-se estável. Para o candidato do PT, as mensagens transmitidas pelo WhatsApp "estão fazendo uma pequena diferença". "Porque nós estamos falando de milhões de mensagens que estão sendo disparadas com mulheres nuas, crianças sendo abusadas, coisas absurdas".

A campanha petista apresentou um número telefônico para receber informações sobre as mensagens. A tentativa é identificar os autores.

Haddad diz não poder acusar Bolsonaro, mas, sim, desconfiar porque as mensagens são semelhantes com o discurso dele. "A impressão que eu tenho é que é muito compatível. Há uma aderência muito grande em relação ao que ele fala, e às mensagens que estão sendo veiculadas", disse. "Como eu sou uma pessoa que tenho valores, estou aqui defendendo os valores que eu sempre acreditei. Não estou aqui inventando valores novos por conjuntura eleitoral".

A ofensiva contra Bolsonaro vem um dia após Haddad começar a centrar seu discurso contra o candidato do PSL. Em atos no Rio de Janeiro na terça-feira (2), ele tentou ligar o presidenciável ao governo de Michel Temer (MDB), além de criticar suas propostas principalmente na área econômica.

"Eu comecei a me defender, né?", disse o petista a jornalistas. "Agora chegou o momento de nos defendermos nessa reta final porque é muito grave o que está acontecendo no Whatsapp".

O projeto "Comprova", do qual o UOL faz parte, mostrou, por exemplo, que Haddad nunca afirmou que o governo deve decidir sobre o gênero das crianças.

Também é falsa, por exemplo, a informação de que Haddad, apoia a criação de uma lei para prender padres e pastores que se recusarem a realizar casamentos entre pessoas do mesmo sexo em igrejas.

A reportagem procurou a campanha de Bolsonaro para comentar as críticas de Haddad, mas não teve retorno até o momento.