Na Bahia, Haddad foca no eleitorado religioso na véspera da eleição

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

  • Ricardo Stuckert/Folhapress

    Costa e Haddad fizeram caminhada neste sábado (6) em Feira de Santana (BA), um dia antes do primeiro turno

    Costa e Haddad fizeram caminhada neste sábado (6) em Feira de Santana (BA), um dia antes do primeiro turno

Para conter o avanço de Jair Bolsonaro (PSL) no Nordeste e entre o eleitorado religioso, o candidato do PT a presidente, Fernando Haddad, se apoiou na popularidade do governador baiano, Rui Costa (PT), em seu último dia de campanha no primeiro turno da eleição. Neste sábado (6), Haddad foi a Feira de Santana (BA), um dos principais redutos petistas, para uma caminhada.

No caminho para agenda, em transmissão nas redes sociais, Haddad apareceu ao lado do governador, que segundo as pesquisas deve ser reeleito em primeiro turno neste domingo (7). O presidenciável aproveitou o vídeo para afirmar que o eleitor "não pode fazer uma opção contra os outros". "O evangélico ser contra o católico. O católico ser contra o evangélico. Nada disso", disse o candidato.

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As últimas pesquisas, divulgadas nesta semana, mostraram o crescimento da intenção de votos de Bolsonaro nos estados do Nordeste e entre os eleitores que se declaram religiosos, principalmente após alguns líderes evangélicos, entre eles Edir Macedo, terem declarado apoio ao candidato do PSL.

O presidenciável petista fez questão de mencionar a escola, tema pelo qual foi atacado nos últimos dias a partir de notícias falsas compartilhadas em redes sociais. "A escola é para dizer que a gente tem que respeitar as crenças e os valores de cada um de nós. Nós temos que ter a liberdade para ter as nossas crenças. E a escola tem que entender que cada um tem seus valores". 

Nesta semana, o "Comprova", projeto de checagem de conteúdo do qual o UOL faz parte, mostrou, por exemplo, que é enganosa a postagem com vídeo que circula nas redes sociais que diz que Haddad disponibilizou um livro que trata do tema incesto para crianças durante a gestão dele no Ministério da Educação.

O governador baiano chegou a citar que Haddad defende os mesmos valores que ele. "Os valores da família, os valores da fé em Deus, e uma sociedade que dê oportunidade a toda a juventude", disse Costa. "O Estado é laico, o Estado não é para optar por religião. Cada família que escolha sua religião".

Haddad, por sua vez, pontuou que é casado "há 30 anos com a mesma esposa" e que é neto de um líder religioso. "Ganhar voto assim, na base da mentira, não é bom para ninguém". "Se o povo e Deus nos permitir ir para o segundo turno --com todo o respeito aos demais candidatos--, aí o Brasil vai ter oportunidade de comparar dois projetos".

O candidato não faz referência a um temor de que Bolsonaro leve a disputa em primeiro turno, mas diz que "o outro lado está um pouco desesperado porque eles acham que se o Bolsonaro for obrigado a debater ele pode derreter". "Então eles querem que o Bolsonaro ganhe sem ter que debater".

O petista, então, tentou colar a Bolsonaro a ideia que o candidato do PSL buscará cortar direitos caso chegue ao Planalto. "Pensa nisso, pensa num educador, num professor, que quer fazer o bem, que quer unir o Brasil em torno de um projeto generoso, que não quer cortar direitos do trabalhador. E deixa essa boataria, que não tem confirmação. É tudo falso".

Durante a caminhada de Costa e Haddad por Feira de Santana, a música que era tocada trazia a seguinte mensagem: ?quem está com Lula, está com Haddad; quem vota no Rui, vota em Haddad?.

De acordo com a última pesquisa de intenção de voto, divulgada pelo Datafolha na quinta-feira (4), Bolsonaro aparece com 35%, e Haddad, com 23%. Ambos também são os campeões em rejeição, com mais de 40%.

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