Amigos e rivais: candidatos ao governo do Rio já trocaram apoios e cargos
Gabriel Sabóia
Do UOL, no Rio
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Reprodução YouTube
O ex-jogador Bebeto, Eduardo Paes e Romário em campanha de 2012
Adversários na corrida ao governo do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), Romário (Podemos), Pedro Fernandes (PDT) e Indio da Costa (PSD) têm trocado acusações, ironias e até ofensas durante debates na TV. Em um passado recente, porém, eles já trocaram apoios e até deram cargos uns aos outros. Os rivais na corrida ao Palácio Guanabara foram inclusive nomeados por governantes dos quais agora tentam se afastar, entre eles, o ex-governador Sérgio Cabral (MDB), condenado a mais de 180 anos de prisão.
Eduardo Paes iniciou sua carreira política no PFL (atual DEM), ocupando o cargo de subprefeito da zona oeste, na prefeitura de Cesar Maia, entre 1993 e 1996. Em 1999, ele trocou de partido e foi para o PTB, onde permaneceu até 2001. Neste mesmo ano, Paes voltou para o PFL e se tornou secretário de Meio Ambiente do segundo mandato de Cesar Maia.
Após romper com Maia, no ano seguinte, Paes fez uma nova troca de partido, desta vez para o PSDB, com o qual concorreu pela primeira vez ao governo do estado. Ele perdeu para Sérgio Cabral, que o ofereceu a Secretaria de Esportes e Lazer --o que o fez migrar para o então PMDB.
Em 2008, Paes foi eleito prefeito pelo então PMDB e se reelegeu em 2012, pela mesma sigla, concorrendo contra Rodrigo Maia, que hoje o apoia ao lado do pai, Cesar Maia. Em 2012, o atual prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), apoiou a reeleição de Paes.
Em 2018, Paes se filiou ao DEM, numa tentativa de se desvincular de alguns dos seus principais apoiadores dos últimos anos.
Indio da Costa também começou na Juventude Cesar Maia, movimento de jovens políticos, no começo dos anos 90, que surgiu no entorno do hoje candidato ao Senado. Indio permaneceu no PFL até 1999, época em que foi subprefeito de Copacabana e Leme, além de ter sido eleito vereador.
Ele migrou para o PTB, no qual permaneceu entre 1999 e 2001, e voltou ao PFL, a convite de Maia. Ficou no partido até 2011, quando foi para o PSD --na legenda, foi secretário estadual de Meio Ambiente na gestão de Cabral e secretário municipal de Esportes e Lazer no mandato de Paes.
Em 2017, depois de perder a eleição para a Prefeitura do Rio, foi secretário municipal de Urbanismo, Infrastrutura e Habitação de Marcelo Crivella.
O candidato Pedro Fernandes foi eleito deputado estadual pela primeira vez em 2006, pelo PDT. Em 2008, foi vice-candidato à Prefeitura do Rio na chapa encabeçada por Solange Amaral (DEM), sob a batuta de Cesar Maia, de quem ele havia sido secretário de Meio Ambiente.
Em 2010, Fernandes saiu do PDT e foi reeleito deputado estadual pelo PMDB de Sérgio Cabral, sendo posteriormente secretário de Assistência Social em seu governo. Fernandes saiu do PMDB em 2014, quando foi para o Solidariedade. Em 2017, foi mais uma vez nomeado secretário de Assistência Social, desta vez na administração de Luiz Fernando Pezão (MDB), assumindo posteriormente a pasta da Ciência e Tecnologia, no mesmo governo. Em 2016, se tornou secretário de Assistência Social de Crivella e, neste ano, retornou para o PDT.
A trajetória política de Romário começou no PSB em 2009. No ano seguinte, se candidatou a deputado federal pelo partido. Em 2012, quando ocupava uma cadeira na Câmara Federal, apoiou Paes à Prefeitura no Rio. Em 2014, quando foi eleito senador pelo Rio, apoiou Lindbergh Farias (PT) ao governo do estado. Em 2016, foi apoiador de Crivella à prefeitura.
Márcia Tiburi (PT) e Wilson Witzel (PSC) são debutantes em corridas eleitorais. Tarcísio Motta (PSOL) iniciou a sua trajetória política em 2014, quando foi candidato ao governo pelo PSOL. Em 2016, foi eleito vereador na capital fluminense. Neste ano, ele tenta pela segunda vez chegar ao Palácio Guanabara.