"Eu não fiquei surpreso", diz Wilson Witzel após virada em eleição no Rio

Luis Kawaguti

Do UOL, no Rio

O candidato do PSC ao governo do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, disse na noite deste domingo (7) não ter ficado surpreso com a virada na corrida pelo Executivo fluminense que o deixou em primeiro lugar no primeiro turno. Ele atribuiu a virada a dois fatores --às pesquisas eleitorais não terem identificado seu crescimento antes e ao apoio do PSL, partido do candidato à Presidência Jair Bolsonaro.

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"É a resposta clara da população pela renovação, que se reflete nacionalmente na votação expressiva do presidente Jair Bolsonaro", afirmou. "Vamos continuar alinhados com essa proposta do Jair Bolsonaro e, no Rio de Janeiro, vamos continuar caminhando com essas mesmas ideias", completou.

Witzel saiu de cerca de 1% das intenções de voto no início da corrida eleitoral. Com 100% das urnas apuradas, Witzel teve 41,28% dos votos e Paes, 19,56% --vantagem de mais de 1,6 milhão de votos.

"É a resposta clara da população pela renovação, que se reflete nacionalmente na votação expressiva do presidente Jair Bolsonaro", disse.

O ex-fuzileiro naval deu entrevista em seu "QG" de campanha montado no Campo Olímpico de Golfe, na Barra da Tijuca, na zona oeste carioca.

Após a confirmação de que iria para o segundo turno com Paes, ele surgiu enrolado em uma bandeira do estado do Rio de Janeiro, acompanhado da mulher Helena e de aliados do PSC e PSL.

"Vamos continuar alinhados com essa proposta do Jair Bolsonaro e, no Rio de Janeiro, vamos continuar caminhando com essas mesmas ideias", afirmou Witzel.

O candidato criticou as pesquisas, que só passaram a retratar seu crescimento na véspera da votação. "As pesquisas não estavam retratando a realidade", disse.

Ele também atribuiu sua votação ao apoio de Flávio Bolsonaro (PSL), filho de Jair Bolsonaro, eleito senador pelo Rio de Janeiro, e do deputado estadual eleito Rodrigo Amorim (PSL) --esse último se notabilizou recentemente após publicar em rede social a foto de uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL) destruída. Flávio e Witzel participaram juntos de carreatas na reta final da campanha.

Questionado se acreditava que os votos dos evangélicos ajudaram na virada, ele afirmou que não fez campanha em templos evangélicos --disse que foi lá para orar e não para pedir votos. Witzel é católico, mas disse se identificar com os evangélicos, que possuem virtudes comuns.

"Quem teme a Deus não precisa de Código Penal", afirmou, ao lembrar que como ex-juiz segue as leis, mas que também está alinhado com a religião.

Questionado sobre planos de governo, Witzel disse que suas ideias são iguais às de Bolsonaro. Ele citou a abertura de mais escolas militares para a população civil e a ideia de que criminosos que forem flagrados portando fuzis serão mortos pela polícia com base na legislação que estabelece a legítima defesa.

Bandidos de fuzil nós não toleraremos, serão abatidos

Wilson Witzel, candidato ao governo do Rio

"São pautas que estão dentro da mesma linha, mesmo que não declarasse o voto no Jair Bolsonaro, o público faz a associação", disse. Witzel defendeu Bolsonaro e declarou apoiá-lo em debates e entrevistas. "O alinhamento é quase total. Vou ter mais facilidade de trabalhar com um presidente da República alinhado com as minhas ideias", completou.

Questionado se buscará mais apoio político para disputar o segundo turno, Witzel disse que apoios são "sempre bem-vindos".

Ele também foi questionado se aceitaria negociar cargos no governo em troca de apoio na eleição. O candidato do PSC disse que as secretarias de seu eventual governo serão de caráter técnico. "A política tem que ser tratada no âmbito da política."

Witzel disse que a investigação do assassinato da vereadora Marielle "será tratada como qualquer outro caso". "Eu como juiz criminal passarei experiência para os delegados. Os delegados já disseram que eles vão ter um governador para tirar dúvidas. Eu sou professor de direito penal", disse.

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