"Gostaria de votar de pijama, mas não posso", diz Moro em Curitiba
Ana Carla Bermúdez
Do UOL, em Curitiba
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Reuters/Rodolfo Buhrer
Sergio Moro vota em Curitiba
Usando uma camisa branca, sem gravata e com e um terno preto, o juiz federal Sergio Moro registrou seu voto por volta das 9h30 deste domingo (7) no clube Duque de Caxias, no bairro Bacacheri, em Curitiba.
O magistrado teve de fazer fila para votar. Três pessoas passavam pelo processo de checagem de documentação e leitura da biometria na seção de Moro quando ele chegou.
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Outro eleitor, que fazia fila atrás de Moro, tentou puxar conversa com o magistrado diversas vezes. Moro sorria e respondia brevemente. Em uma das investidas do eleitor, afirmou: "Eu gostaria de votar de pijama, mas não posso". Em um domingo que muito se assemelha ao inverno curitibano, o clima na cidade é de frio e chuva nesta manhã.
Simpático, Moro acenava e sorria a outros eleitores que iam até ele para cumprimentá-lo na fila. "Esse é bom", disse uma mulher, que aproveitava a oportunidade para filmar e fotografar o juiz.
Moro levou uma "colinha" para a urna eletrônica e demorou menos de um minuto para votar. Ao deixar a cabine de votação, o magistrado cumprimentou cada um dos mesários de sua seção e desejou a eles um bom trabalho.
Com pressa para deixar o local, acabou esquecendo de recuperar seus documentos com um dos mesários. Foi lembrado por outro eleitor que estava na fila.
Juiz federal Sérgio Moro vota em Curitiba
O magistrado estava acompanhado por dois seguranças o tempo todo. Ele não quis falar com a imprensa. "Vou ficar devendo. Hoje é o dia dos políticos", disse. Ao deixar o clube, Moro recebeu aplausos.
Responsável pelos processos da Operação Lava Jato em primeira instância, Moro, que já tem um histórico de polêmicas com o PT, se viu envolvido em mais uma controvérsia ao longo desta semana. Na segunda-feira (1º), o juiz levantou parte do sigilo da delação premiada de Antonio Palocci. A decisão foi tomada a seis dias do primeiro turno.
Entre suas acusações, o ex-ministro afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras mas, mesmo assim, não atuou para afastar os diretores envolvidos.
Para a defesa de Lula, que nega as acusações, Moro agiu com o "nítido objetivo de tentar causar efeitos políticos para Lula e seus aliados". Atendendo a um pedido do PT, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) pediu na última quinta-feira (4) que Moro dê explicações sobre sua decisão.
Preso desde abril deste ano, Lula teve sua candidatura à Presidência impedida pela Justiça Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa. O ex-presidente, no entanto, continua sendo peça-chave na disputa ao Planalto. Consultado pela cúpula petista sobre as decisões estratégicas do partido, ele também é o principal cabo eleitoral de seu substituto, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT).
Justamente por causa da eleição, Moro decidiu adiar de setembro para novembro os interrogatórios de Lula e de outros réus no processo do sítio de Atibaia (SP). O juiz justificou a medida como sendo uma forma de "evitar a exploração eleitoral" dessas oitivas.
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