Após derrota, Suplicy fica abatido, se emociona e tem discurso improvisado

Bernardo Barbosa e Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

Enquanto boa parte dos petistas reunidos em São Paulo neste domingo (7) celebrava o avanço de Fernando Haddad (PT) para o segundo turno da eleição para presidente, Eduardo Suplicy não escondia seu abatimento ao caminhar pelo lobby do hotel onde o partido acompanhava a apuração dos votos.

Derrotado pela segunda vez seguida em uma disputa para o Senado, o hoje vereador paulistano Suplicy, 77 anos, parecia perto de reconquistar uma cadeira na Casa em que passou 24 anos. Era o que indicava todas as pesquisas de intenção de voto feitas por Datafolha e Ibope durante o período eleitoral.

No entanto, as pesquisas de boca de urna mostraram que sua liderança em sondagens anteriores evaporara. No fim, Suplicy foi derrotado por Major Olimpio (PSL) e Mara Gabrili (PSDB).

Com os olhos marejados, Suplicy se aproximou do deputado estadual Emidio de Souza (PT), que deve ser reeleito e é um dos coordenadores da campanha de Haddad, e se colocou à disposição para atuar no segundo turno.

Já perto das 23h, depois de aceitar o abraço e o carinho de todos que se aproximavam para lhe dar conforto, Suplicy já estava para ir embora. Até que foi surpreendido por gritos de seu nome, vindos de um andar superior onde petistas acompanhavam a apuração. Foi a deixa para improvisar um palanque ao contrário, com jeito de anfiteatro, em pleno lobby de hotel.

Ricardo Matsukawa/UOL
Derrotado na eleição, Suplicy recebe abraço de Manuela D'Ávila (PCdoB), candidata a vice de Haddad
"Estou pronto, de prontidão para aceitar todas as formas segundo as quais Fernando Haddad e a campanha precisarem de mim nessas próximas três semanas", disse.

Segundo Suplicy, há dois caminhos para o Brasil.

"Um é aquele que acredita que é importante estar distribuindo armas e, se possível, atirar para matar; e outro que é o que acredita na construção de uma nação justa e civilizada, solidária, fraterna", afirmou.

Suplicy jamais terminaria sua fala sem citar sua bandeira histórica, a renda básica de cidadania. "E eu continuarei, porque acredito muito, na minha luta -- e felizmente está no programa do Haddad, no capítulo sobre superação da pobreza -- nós vamos incluir, conforme prevê a lei 10.835 de 2004, a renda básica de cidadania."

A expectativa é de que Suplicy faça parte da equipe econômica de Haddad -- justamente em razão de sua causa.

Segundo o site do vereador, a renda básica de cidadania é "uma renda suficiente para que uma pessoa possa prover as suas necessidades vitais, como as de alimentação, saúde, educação e outras, que será paga pelo governo a toda e qualquer pessoa residente no país, (...) não importa sua origem, raça, sexo, idade, condição civil ou mesmo socioeconômica".

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