Com vice militar, França diz que eleitor "busca ordem, não só segurança"

Do UOL, em São Paulo

08/10/201811h21

Eleições 2018

Candidato a governador por São Paulo, Márcio França (PSB) afirmou em entrevista ao UOL, nesta segunda-feira (8), que há uma grande preocupação com a segurança pública, mas também uma busca por uma sensação de ordem por parte dos eleitores. Para ele, esta é uma das razões por trás do crescimento das campanhas com vínculo militar neste primeiro turno.

"O que acho que as pessoas tentam buscar na questão militar é buscar a ordem, não só a segurança. Os militares são muito fortes em hierarquia. Mais ou menos esse o movimento: injetar ordem", disse Márcio França.

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A linha de preocupação com a segurança também pauta a campanha de Márcio França. O candidato do PSB tem como vice-governadora em sua chapa a coronel da PM Eliane Nikoluk, filiada ao PR. Durante a campanha, ele chegou a posar segurando um fuzil.

Apesar de enfatizar a questão da segurança pública, França afirmou ser necessário um trabalho de prevenção para que a população carcerária pare de crescer. De acordo com o candidato do PSB, um preso custa ao Estado R$ 11.530 aos cofres públicos, enquanto manter uma pessoa na escola não passa de R$ 3.000.

"Foi um erro de todos nós. Não encontramos uma forma de produzir o fim do gelo. A gente ficou enxugando esse gelo [do aumento do crime]. Não te parece muito mais óbvio dar uma oportunidade para a pessoa lá atrás? Pegar na origem, antes de começar a dar problema e gerar uma solução lá atrás. Não é todo mundo que nasce com essa maldade de ir lá e fazer", prosseguiu.

A campanha calcada na segurança pública não se resumiu a Márcio França. João Doria (PSDB) aumentou o tom durante a corrida e chegou a afirmar que em seu governo, a polícia atiraria para matar: "Ou se rendem ou vão para o chão".

Especialistas consultados pelo UOL na época criticaram a afirmação de Doria, dizendo que a polícia tem como papel fazer uso da força de forma progressiva.