"Extrema-direita" alcança votação "estrondosa", diz imprensa estrangeira

Do UOL, em São Paulo

Jornais de todo o mundo deram destaque neste domingo (7) ao resultado do primeiro turno das eleições presidenciais no Brasil. Em especial, à ampla vantagem conquistada por Jair Bolsonaro (PSL) sobre Fernando Haddad (PT), que quase garantiu ao deputado federal a vitória já no primeiro turno.

Na Inglaterra, o principal destaque foi dado pelo "The Guardian". Na versão digital, o jornal noticiou que Jair Bolsonaro conseguiu uma "vitória estrondosa" no primeiro turno, mas não garantiu a vitória. "Candidato da extrema-direita terá que vencer o segundo turno para assegurar a Presidência", resumiu.

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Nos EUA, o jornal "New York Times" afirmou que Bolsonaro deixou escapar a vitória no primeiro turno. "Um candidato de extrema-direita, que já falou com carinho sobre a ditadura militar do Brasil, ficou a um fio da vitória nas eleições presidenciais no domingo, quando os brasileiros expressaram repulsa à política e endossaram a abordagem de mão de ferro para combater o crime e a corrupção", diz o jornal.

O "Washington Post" informou o resultado do primeiro turno e disse que "Bolsonaro, que é frequentemente comparado ao presidente Trump, chocou os brasileiros ao conquistar quase metade dos votos após uma campanha que dividiu o maior país da América Latina em questões sobre raça e gênero".

Na Espanha, o jornal "El País" apontou a grande vantagem de Bolsonaro sobre Haddad no primeiro turno e destacou "a necessidade de uma reviravolta radical para (Haddad) evitar o triunfo da extrema-direita". A publicação descreveu o candidato do PSL como "um político autoritário, racista, machista e homofóbico. Um adorador da ditadura, que mergulhou o Brasil em um dos seus períodos mais sombrios por 20 anos. Para o El País, Bolsonaro é "o defensor dos valores mais reacionários". 

Também na Espanha, o jornal "El Mundo" disse que Bolsonaro e Haddad "se enfrentarão no segundo turno e que a "extrema-direita está a ponto de chegar ao governo do Brasil".

O "ABC" noticiou o resultado do primeiro turno dizendo que Bolsonaro confirmou sua "condição de grande favorito da extrema-direita" contra "o populista de esquerda Fernando Haddad".

O italiano "La  Stampa" disse que Brasil "virou à direita". "Foi por um suspiro que Jair Bolsonaro não venceu as eleições brasileiras e terá que ir às urnas com o candidato da esquerda, Fernando Haddad", disse o site do diário.

Na primeira página de sua versão online, o jornal francês "Le Monde" destaca a votação expressiva de Bolsonaro no primeiro turno. "Jair Bolsonaro soma 46,7% dos votos, de acordo com os resultados finais. Mas a batalha do segundo turno, diante de Fernando Haddad (28,37%), permanece incerta", descreve.

Em Portugal, o jornal "Público" diz que "Bolsonaro vai ao segundo turno com Haddad e põe em xeque o voto eletrônico". "Candidato de extrema-direita culpa desconfiança em relação ao voto eletrônico por não ter sido eleito no primeiro turno", diz a publicação.

Também em Portugal, "Diário de Notícias" destaca: "Bolsonaro em versão paz e amor e Haddad contra o velho PT no segundo turno". "Jair Bolsonaro namorou a vitória nas eleições presidenciais do Brasil logo no primeiro turno, mas, ao obter mais de 46% dos votos válidos, terá (que) enfrentar ainda mais três semanas de campanha e uma eleição contra Fernando Haddad, que somou 29%", afirma.

A imprensa alemã também noticiou as eleições brasileiras. O "Frankfurter Allgemeine Zeitung" chamou Bolsonaro de "populista de direita" e afirmou que ele "venceu o primeiro turno com uma margem tão grande que fez com que quase nenhuma votação fosse mais necessária. Quase 50% dos brasileiros votaram no candidato de extrema-direita. Seu adversário está do outro lado do espectro político".

Ainda na Alemanha, o "Die Welt", também chamou Bolsonaro de "populista de direita", ao noticiar o resultado. 

Na análise do jornal dinamarquês "Politiken", o candidato do PSL "esmagou o substituto de Lula no primeiro turno das eleições no Brasil". "Jair Bolsonaro, da extrema-direita, esteve perto de garantir a Presidência brasileira no primeiro turno".

Entre os jornais argentinos, o "La  Nación" destacou o acompanhamento do percentual de votos em sua página na internet. "Bolsonaro obteve uma vitória contundente, mas deverá ir ao segundo turno com Haddad", manchetou a publicação.

O "Clarín" também destacou os percentuais dos quatro candidatos mais votados e deu grande destaque ao resultado em seu site. "Bolsonaro arrasa no Brasil e fica com ampla vantagem para o segundo turno com Haddad", diz o jornal. "Ex-capitão do Exército abre 17 pontos sobre seu rival; esta margem o deixa muito perto de um triunfo na decisão de 28 de outubro."

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