Bolsonaro lamenta morte e agressões, mas diz não controlar apoiadores

Gustavo Maia

Do UOL, no Rio de Janeiro

Evocado por autores de atos de violência ocorridos em diversos locais do país nos últimos dias, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) disse nesta terça-feira (9) que lamenta, mas não tem como controlar o que chamou de "casos isolados".

Ao ser questionado sobre como vê os episódios, o candidato reclamou que a pergunta deveria ter sido invertida, citando o ataque sofrido por ele no dia 6 do mês passado, durante ato de campanha. "Quem levou a facada fui eu, pô. O cara lá que tem uma camisa minha e comete um excesso, o que é que eu tenho a ver com isso?", indagou.

"Eu lamento. Peço ao pessoal que não pratique isso, mas eu não tenho controle sobre milhões e milhões de pessoas que me apoiam", disse Bolsonaro. Em seguida, o presidenciável afirmou que "a violência" e "a intolerância", na verdade, vêm do outro lado. "Eu sou a prova, graças a Deus, viva disso daí", comentou.

O deputado federal disse ainda que não considera o clima no país "tão bélico assim". "Está um clima acirrado, pela disputa, mas são casos isolados que a gente lamenta e espera que não ocorram", afirmou Bolsonaro.

Na madrugada desta segunda-feira (8), o mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, 63, foi morto a 12 golpes de facada após uma discussão política em Salvador. A vítima declarou o voto em Fernando Haddad (PT) enquanto o agressor, aos gritos, defendeu o apoio a Bolsonaro. Ambos disputarão o segundo turno.

No dia anterior, quando ocorreu a votação do primeiro turno das eleições, uma jornalista contou ter sido agredida e ameaçada de estupro por dois homens depois de votar e disse que um deles vestia camisa do candidato do PSL. O caso é investigado pela Polícia Civil de Pernambuco. De acordo com ela, o motivo da agressão seria o fato de ela ser jornalista.

Bolsonaro também foi questionado sobre se a formação do seu ministério já está fechada e disse que "tem muita vaga sobrando ainda".

"Pretendemos ter 15 ministérios, até para que não só eu, mas a população conheça os seus ministros. Queremos ministros competentes, que tenham autoridade e tenham iniciativa para poder trabalhar para o bem do Brasil", afirmou.

Dia de gravação

Bolsonaro participou de seu primeiro compromisso de campanha no 2º turno: a gravação de programas eleitorais. As propagandas começam a ser exibidas a partir de sexta-feira (12).

"Eu gravei pouco, mensagens curtas", contou. Ele disse que os programas terão como objetivo acenar ao Nordeste, combater "fake news" [notícias falsas] e "levar mensagem de esperança, valores familiares".

"É aquilo que viemos falando ao longo dos últimos anos", resumiu, na saída da casa do empresário Paulo Marinho, no Jardim Botânico, zona sul do Rio, onde foi montado o estúdio de gravação e a sede provisória da produtora responsável pela edição dos programas.

Marinho é primeiro suplente do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que é deputado estadual e um dos filhos do presidenciável.

O candidato à Presidência contou que vai receber, nesta quarta-feira (10), médicos do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, que vão decidir se ele poderá participar de debates ou viajar para outras cidades, como diz desejar. Na última segunda, Bolsonaro afirmou que planeja ir ao Nordeste, caso os médicos permitam.

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