Braço direito de Doria sugere substituição de Alckmin no comando do PSDB
Janaina Garcia
Do UOL, em São Paulo
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Arquivo pessoal
O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), com João Doria
Considerado um dos principais aliados e espécie de braço direito do ex-prefeito João Doria (PSDB), o prefeito de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo), Orlando Morando (PSDB), defendeu nesta segunda-feira (8) que a executiva nacional do PSDB antecipe a eleição para a presidência do partido.
A declaração acontece depois de a legenda ter amargado seu pior desempenho em 30 anos de fundação, completados em junho. Presidente nacional do partido e ex-governador de São Paulo nos últimos oito anos, Geraldo Alckmin ficou em quarto lugar na disputa à Presidência da República com 4,8% dos votos válidos –atrás de Jair Bolsonaro (PSL), com 46%; Fernando Haddad (PT), com 29,3%; e Ciro Gomes (PDT).
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Alckmin foi eleito presidente da executiva nacional em dezembro do ano passado para um mandato de dois anos – a próxima eleição, portanto, acontece em dezembro de 2019.
Prefeito de uma cidade com importância histórica para o PT –São Bernardo é o berço político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC --, Morando foi um dos principais entusiastas da candidatura de Doria ao governo quando o ainda prefeito cogitava deixar o cargo para o qual fora eleito em 2016. No domingo, Doria se cacifou para um segundo turno contra Marcio França (PSB).
Agora, Morando defende que o partido "precisa fazer uma autocrítica", já que, avalia, "vem errando de 2016 para cá de maneira violenta", e um dos passos seria a antecipação da eleição para o comando nacional.
"O PSDB errou ao não ter punido [o senador] Aécio [Neves] e o [ex-governador Eduardo] Azeredo, bem como ao ter entrado no governo Temer. O partido perdeu sua identidade e está cometendo os mesmos erros do PT", disse.
"É preciso que o partido seja recriado, e, naturalmente, que se troque seu comando, antecipando a eleição. Há a minha e outras vozes descontentes com a direção que o partido tem tomado, e, se a gente olhar quem compõe hoje a executiva nacional, a maior parte deles foi derrotada na eleição de domingo", enfatizou.
Segundo Morando, "o próprio Doria não demonstra mais satisfação" com os rumos do partido, ainda que, ressalve, o ex-prefeito não se coloque como liderança apta a pleitear a vaga hoje ocupada por Alckmin no comando da sigla. "[O atual prefeito de São Paulo] Bruno Covas é um grande nome e poderia trazer esse oxigênio", resumiu.
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Nesta terça-feira (9), a executiva nacional do PSDB se reúne em Brasília para avaliar os resultados das eleições e definir um posicionamento sobre o segundo turno. Morando e Doria já declararam apoio a Jait Bolsonaro (PSL) na corrida presidencial –Doria, logo ao votar, declarara voto em Alckmin "por solidariedade", o que o ex-governador evitou, depois, comentar.
"Espero um posicionamento de segundo turno, porque o partido não pode mais continuar dessa forma, em cima do muro", criticou Morando, sugerindo que "a maior parte" dos tucanos apoiaria Bolsonaro. A candidatura do capitão reformado do Exército, no entanto, foi o principal alvo de Alckmin durante a tentativa de chegar ao segundo turno.
"Não faz o menor sentido", refuta aliado de Alckmin
Aliado de Alckmin e derrotado nas prévias tucanas ao governo, o suplente de senador José Aníbal (PSDB) afirmou que, "mesmo que o partido não se posicione sobre o segundo turno", poderá "se posicionar em oposição a ambas as candidaturas.
"Um fracassou complemente pelo projeto PT e vive tentando jogar o problema nas costas do Temer; esse outro, o que é esse outro? O sujeito só fala por ordens", ironizou.
Sobre a posição de Morando a respeito de antecipação da troca de comando, Aníbal definiu: "Isso não está na pauta da executiva, mas é uma atitude deletéria, não faz o menor sentido. Mas nada impede que ela seja apresentada na reunião".
A assessoria de Alckmin foi procurada, mas ele não se manifestou sobre o assunto.
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