Após anunciar neutralidade, França usará vice PM para atrair bolsonaristas

Guilherme Mazieiro

do UOL, em São Paulo

  • Divulgação/Facebook Eliane Nikoluk

Com a decisão da Executiva Nacional do PSB de permitir que o diretório de São Paulo se mantenha neutro na eleição presidencial, Márcio França (PSB) projeta uma campanha de segundo turno sem se vincular ao PT e com uso da imagem da vice Eliane Nikoluk (PR). O objetivo é atrair votos de eleitores que apoiam Jair Bolsonaro (PSL). O movimento de colar na ala pró-Bolsonaro em São Paulo já foi feito abertamente por João Doria (PSDB), que reforça em suas postagens a hashtag #BolsoDoria.

"Eu acho que a vice, que é militar da reserva, tem tudo a ver com o [perfil do eleitor do] Bolsonaro e, desde o começo, a única coisa que ela era queria era que não apoiássemos o PT em São Paulo. Estamos neutros", disse o coordenador da campanha de França, Jonas Donizette (PSB). A direção do partido anunciou na terça-feira o apoio ao candidato petista Fernando Haddad.

Márcio França teve 21,53% dos votos válidos e foi para disputa em segundo turno com João Doria (PSDB), que teve 31,77 %. Em São Paulo, o capitão da reserva teve 53% dos votos, enquanto Haddad teve 16,42%. Nas redes sociais, França postou sua posição contra o PT, mas destacou que cumpriu o acordo com o partido e ficará neutro na disputa nacional.

Prefeito de Campinas, Donizette acredita que não é um problema para o eleitor de França o perfil militar de Eliane, que já declarou apoio pessoal a Bolsonaro. Ele entende que é uma opinião pessoal dela e que é possível atrair eleitores que optam pelo capitão da reserva apenas pelo antipetismo.

"Vamos mostrar muito a figura da nossa vice, até porque o eleitor tem de comparar o candidato e o vice das duas chapas. Ela é uma pessoa com identidade com essa ala que apoia o Bolsonaro. É bem aceita no meio militar", disse.

O socialista representou França na reunião da Executiva, nesta terça-feira (9), em Brasília que definiu apoio político a Fernando Haddad. Ficou definido que as lideranças de São Paulo e do Distrito Federal se manterão neutras sobre a decisão.

Donizette ainda destacou que o PSB não buscará apoio formal do PT, em São Paulo. "Vamos nos manter neutros. Acredito que o eleitor do PT pode ter mais simpatia com a campanha do França. Todo voto é bem-vindo. Voto, a gente não despreza", disse.

Doria reforça o antipetismo que marcou sua campanha toda e tenta atrair votos dos simpatizantes de Bolsonaro. No seu dicurso após o resultado no 1º turno disse que vai derrotar "Márcio Cuba", nas eleições

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