Volta do horário eleitoral terá Doria no ataque e França colado a Skaf

Janaina Garcia e Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

  • Arte/UOL

Na volta do horário eleitoral no rádio e na televisão, nesta sexta-feira (12), os candidatos ao governo de São Paulo Márcio França (PSB) e João Doria (PSDB) vão se atacar. Enquanto França tentará mirar o eleitor de Paulo Skaf (MDB), terceiro colocado no primeiro turno, Doria vai rotular o rival como um candidato ligado ao PT e à esquerda, discurso que já é explorado desde a reta final do primeiro turno.

Candidato à reeleição, França vai mirar os mais de 4,2 milhões de eleitores de Skaf. O apoio do emedebista e presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) foi selado nessa quarta (10) em agenda conjunta de ambos em uma unidade do Sesi, em Suzano (Grande São Paulo). Na primeira peça que irá ao ar nesta tarde, o atual governador deve agradecer o apoio de Skaf, destacando seus triunfos na votação em polos de industrialização, e também de major Costa e Silva (DC), quinto colocado no primeiro turno, com pouco mais de 740 mil votos.

Setores do PSDB também já começam a migrar para o candidato, refratários ao comportamento de Doria. Nesta quinta-feira (11), no entanto, Doria recebeu o apoio do PRTB, partido do candidato a vice-presidente da chapa de Jair Bolsonaro (PSL), general Antônio Hamilton Mourão. Alinhado à direita, o tucano vai colar a imagem de França, durante o horário eleitoral de hoje, ao PT e aos erros cometidos pela esquerda.

Durante o segundo turno, a estratégia de França também será ir ao ataque. Segundo o coordenador político da campanha de França, Jonas Donizette (PSB), os próximos programas reforçarão as críticas sobre o que o governador chamou de "falta de palavra" de  Doria --argumento utilizado desde o começo da campanha especialmente pelo fato de o tucano ter abandonado a prefeitura com um ano e três meses de mandato.

Conforme o coordenador, entretanto, outras contradições ainda serão exploradas como a lealdade prometida a Alckmin, derrotado à Presidência, e as críticas feitas pelo ex-prefeito ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), a quem, agora, declarou apoio.

Prevendo que um dos ataques de França será o fato de Doria ter deixado a prefeitura da capital antes do fim do mandato, o tucano gravou um vídeo em que afirma que essa é a única crítica que ele tem. E que, também, França deixaria de falar sobre as coisas que prometeu e cumpriu. Quem acompanha o marketing do tucano é o publicitário Daniel Braga.

A disputa pelos votos de eleitores de Bolsonaro

França não declarou voto em Bolsonaro, mas deverá explorar pontos em comum com o capitão reformado do Exército –que lidera a disputa nacional contra Fernando Haddad (PT). "Tentaremos trazer isso pela simetria de personalidade: Bolsonaro tem um jeito simples muito mais reproduzido na figura do Márcio França que na do Doria", antecipou Donizette.

Ao mesmo, a vice do candidato, a coronel da Polícia Militar Eliane Nikoluk (PR), e seus dois mais recentes apoiadores --Skaf e Costa e Silva --são eleitores declarados do presidenciável do PSL, o que deve ajudar, na avaliação da campanha, a blindar França das associações com a esquerda que Doria busca colar no adversário.

Já o candidato tucano reforçará o discurso anti-PT, que caracterizou sua campanha no primeiro turno, colando a imagem do adversário a setores da esquerda, para atrair essa parte do eleitorado insatisfeito com as últimas gestões do partido.

Como funcionará o horário eleitoral

Serão dois blocos de dez minutos do horário eleitoral gratuito pela manhã no rádio, às 7h10 e às 12h10, de segunda a sábado. Na TV, a propaganda também será dividida em dois blocos diários de dez minutos, às 13h10 e às 20h40, de segunda a sábado. Nos dois veículos, os programas dos candidatos ao governo serão exibidos após o bloco presidencial.

Cada candidato terá cinco minutos em cada um dos blocos. Doria abrirá o primeiro dia de campanha, pois foi o mais votado no primeiro turno. Nos dias seguintes, França e Doria irão abrir os blocos de forma alternada.

Além do tempo de horário eleitoral gratuito, os dois candidatos irão dividir os 25 minutos destinados a inserções de 30 ou 60 segundos durante os intervalos comerciais da programação normal de rádio e TV. As inserções vão ao ar de segunda a domingo.

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