Bolsonaro diz que não votou contra deficientes e acusa Haddad de mentir

Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo*

  • Reprodução

    14.out.2018 - Jair Bolsonaro (PSL) fez nova live ao lado de sua mulher, Michelle, de uma surda identificada como Priscila (esq.) e de uma intérprete de Libras

    14.out.2018 - Jair Bolsonaro (PSL) fez nova live ao lado de sua mulher, Michelle, de uma surda identificada como Priscila (esq.) e de uma intérprete de Libras

O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) afirmou neste domingo (14) que seu adversário Fernando Haddad (PT) mentiu ao dizer que o deputado federal votou contra a criação do Estatuto da Pessoa com Deficiência, em 2015.

Mais cedo, a equipe de Haddad retirou do ar uma postagem no Twitter que criticava Bolsonaro por supostamente ter votado contra o estatuto. Procurada, a equipe do petista disse que, na verdade, Bolsonaro se absteve da votação, e que por isso a postagem foi excluída. Haddad participou neste domingo de agenda com representantes do segmento de pessoas com deficiência.

"O deputado Jair Bolsonaro votou contra o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Acredito que ele tenha votado contra por falta de conhecimento. Ele não foi educado para compreender toda a diversidade humana e sua complexidade", dizia o texto.

Em uma live transmitida em suas redes sociais, Bolsonaro disse ter votado contra uma emenda específica dentro do projeto, e não contra a lei como um todo. Ele falou por cerca de vinte minutos ao lado de sua mulher, Michelle, de uma surda identificada como Priscila e de uma tradutora de Libras. Durante a transmissão, Michelle também se comunicou em Libras.

Bolsonaro afirmou que o projeto que instituiu o estatuto foi aprovado por votação simbólica, isto é, quando o presidente da Câmara convida aqueles que forem a favor a permanecerem como estão. Por isso, segundo ele, todos os presentes votaram a favor do projeto.

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"O Haddad está mentindo dizendo que votei contra o projeto, que foi aprovado por votação simbólica. Todos votaram favorável, só essa questão [da emenda] votei contra", disse.

Procurada pelo UOL, a campanha de Haddad afirmou ter corrigido o tuíte que mais cedo havia saído "impreciso", atitude que disse ser "diferente da campanha e dos perfis de Bolsonaro e seus filhos, que propositadamente divulgam mentiras contra Fernando Haddad". "Se Bolsonaro quer questionar Haddad, sugerimos que ele compareça aos debates para eles falarem frente a frente", disse a campanha, em nota.

A emenda que teve voto contra de Bolsonaro, segundo ele, tinha "algo a ver com a inclusão LGBT". "O que tem a ver você criar uma subclasse, dentro de pessoas com deficiência, só porque é gay, lésbica, transexual, sei lá o que for? A inclusão é para todo mundo", argumentou.

Bolsonaro ainda classificou a emenda como uma "deformação" do projeto, já que, segundo ele, criaria uma "classe especial" entre as pessoas com deficiência.

"Há um ativismo muito forte por parte da comunidade LGBT. Tudo entra a questão LGBT. [Quero] Deixar bem claro: não sou contra quem tem a opção, o Estado não tem nada a ver com isso", afirmou.

*Com Estadão Conteúdo

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