Após Doria propor policial na Segurança, secretário de SP elogia promotores
Luís Adorno
Do UOL, em São Paulo
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Felipe Rau/Estadão Conteúdo
Mágino Barbosa Filho entre comandante-geral da PM e Márcio França na Rota
Como fez nos últimos três anos, enquanto secretário da Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho foi na manhã deste 15 de outubro até o quartel da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) para acompanhar a cerimônia de aniversário do batalhão, comemorada anualmente em evento aberto ao público.
No evento desta segunda, estavam também presentes o governador, Márcio França (PSB), candidato à reeleição, e sua candidata a vice, a coronel Eliane Nikoluk. Além deles, compareceram o comandante-geral da PM (Polícia Militar), coronel Marcelo Vieira Salles, e políticos membros das bancadas da bala municipal, estadual e federal.
Caso o candidato ao governo de São Paulo João Doria (PSDB) vença França no segundo turno, Barbosa Filho deve deixar o cargo. Uma das promessas de campanha do tucano é escolher um policial para ser o secretário da Segurança Pública no estado, rompendo uma tradição de 6 anos com a escolha de nomes do Ministério Público estadual.
Durante a cerimônia, o secretário da Segurança disse que não cabia a ele julgar a proposta de Doria de tirar da chefia da pasta membros do MP. Questionado se um policial estaria mais preparado para a função, Barbosa Filho enalteceu o trabalho feio nos últimos anos por promotores paulistas na função.
"O povo de São Paulo sabe o trabalho que todos os promotores fizeram no exercício do cargo de secretário da Segurança Pública. Não sou eu que vou julgar isso. O povo de São Paulo que vem julgando isso há bastante tempo e, com todo respeito, aplaudindo o trabalho desses profissionais", afirmou.
Desde 2012, o cargo é chefiado por um homem ligado à Promotoria paulista. Entre 2012 e 2014, o secretário foi Fernando Grella Vieira. De 2015 a 2016, Alexandre de Moraes, que, agora, é ministro do STF (Supremo Tribunal Federal). Desde então, Mágino está à frente da secretaria.
Entre 2009 e 2012, o secretário foi o ex-capitão da PM Antônio Ferreira Pinto, que também esteve na cerimônia de aniversário da Rota nesta segunda-feira. Ao deixar a pasta, Ferreira Pinto chamou seu sucessor de "lixo".
Chefes das polícias não foram escolhidos por secretário
Tradicionalmente, a escolha do comandante-geral da PM ou do delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo é feita diretamente pelo secretário da Segurança, uma vez que são cargos de confiança em que, teoricamente, é necessário bom entendimento entre as partes, para que haja unidade na política de segurança pública proposta pelo governador.
Com a renúncia de Geraldo Alckmin (PSDB), em abril, para disputar a Presidência, coube a França, seu vice, assumir o estado e promover mudanças. O chefe da Polícia Civil, Youssef Abou Chahin, pediu demissão. O coronel Nivaldo Restido foi tirado do posto de comandante-geral da PM.
A reportagem apurou, no entanto, que os sucessores de ambas as polícias não foram os primeiros nomes sugeridos por Barbosa Filho a França. Na PM, entrou o coronel Marcelo Vieira Salles, amigo do governador. Na Polícia Civil, depois de três meses de negociação com partidos políticos que têm integrantes da bancada da bala, foi nomeado o delegado Paulo Afonso Bicudo.
Barbosa Filho, no entanto, não confirma que havia indicado outros nomes para ambas as funções. Para jornalistas, em coletivas de imprensa realizadas após as nomeações, o secretário afirmou estar afinado com os perfis dos chefes das duas polícias estaduais.
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