Gleisi diz que opositores usam palavra divina, mas crucificariam Jesus

Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo

  • Marcio Komesu/UOL

A senadora e presidente do PT Gleisi Hoffmann afirmou nesta terça-feira (16) que opositores do partido usam "em falso" a palavra divina e disse que, se Jesus voltasse à Terra, essas mesmas pessoas o crucificariam novamente.

"Essa gente se vale de tudo, inclusive usando em falso a palavra divina, usando em falso o evangelho de nosso senhor Jesus Cristo. São verdadeiros túmulos caiados, brancos por fora e podres por dentro", disse.

"Se Cristo descesse à Terra novamente, com certeza seriam os que crucificariam de novo o nosso senhor Jesus Cristo", complementou.

Gleisi fez um discurso inflamado durante um ato de campanha do candidato à Presidência Fernando Haddad (PT) para integrantes de sindicatos e movimentos populares na tarde desta terça, em São Paulo.

Utilizando referências bíblicas, Gleisi disse ainda que, se voltássemos no tempo, era "essa gente" que estaria apedrejando Maria Madalena, que seriam os vendilhões do templo e que estaria cobrando altos tributos do povo hebreu.

Adversário de Haddad na disputa pelo Planalto, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) apresenta vantagem em relação ao petista entre eleitores que se dizem religiosos.

De acordo com o Datafolha, enquanto 60% dos evangélicos dizem apoiar Bolsonaro, 26% dizem ter Haddad como candidato a presidente. Entre os católicos, 46% afirmam apoiar o candidato do PSL, contra 40% para o petista.

Líderes de igrejas neopentecostais, como o bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, declararam voto em Bolsonaro. O pastor Silas Malafaia, bispo da Assembleia de Deus, apoiou o candidato durante boa parte de sua campanha para o primeiro turno.

O slogan de Bolsonaro –que é o mesmo nome da sua coligação— é "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos".

Nesta quarta (17), em busca de apoio de evangélicos, Haddad participará de um encontro com pastores em um hotel em São Paulo. Na semana passada, o petista foi a Brasília para se reunir com o secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Leonardo Steiner.

Em seu discurso nesta tarde, Gleisi ainda declarou que "forças do atraso" querem subverter o que foi conquistado após a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2002. Ela afirmou que, mesmo após a redemocratização em 1989, o Brasil só começou a ter uma "democracia concreta" com o governo Lula.

"Foi ali que fizemos a promessa de que todos teriam direito a comer pelo menos três vezes ao dia, que as pessoas teriam direito a emprego digno, a ter renda, a ter dignidade", disse.

"Não é possível eles dizerem que agora vão devolver ao povo dignidade. Essa gente sempre esteve no governo, essa gente sempre sustentou o atraso nesse país", afirmou.

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