Após polêmica, Cid diz que Haddad é o menos pior e nega vingança contra PT

Luciana Amaral e Nathan Lopes

Do UOL, em Brasília e em São Paulo

  • Reprodução -6.out.2018 /Facebook Cid Gomes

    Cid Gomes participa de ato de campanha no Ceará na véspera do 1º turno

    Cid Gomes participa de ato de campanha no Ceará na véspera do 1º turno

Após a polêmica das críticas ao PT feitas em evento do partido nesta segunda (15), o irmão de Ciro Gomes (PDT), o senador eleito Cid (PDT), reforçou apoio ao presidenciável Fernando Haddad (PT) chamando-o de "menos ruim" e negou querer se vingar do PT. Ao mesmo tempo, porém, voltou a cobrar um pedido de desculpas por parte do partido.

No começo da tarde desta terça (16), Cid publicou uma mensagem em suas contas nas redes sociais dizendo que, "não quero me vingar de ninguém. Para o Brasil o menos ruim é o Haddad". "Qual o maior empecilho para que isto aconteça? A maioria do povo brasileiro quer virar duas páginas do nosso passado recente! Já virou uma, a do PSDB", disse o senador eleito. "Neste segundo turno quer virar a outra: a página do PT!".

"Creio que a única forma de ajudar a evitar que essa ânsia popular de negação coloque o País numa aventura obscurantista seria uma profunda autocrítica da companheirada seguida de um encarecido e sincero pedido de desculpas. Na sequência uma palavra firme do Haddad de que governará suprapartidariamente. Será pedir demais? Muita ingenuidade? Penso assim pelo Brasil! Ajo assim pelos Brasileiros!", escreveu.

Logo depois da publicação de Cid, Haddad afirmou, também nas redes sociais, saber de cobranças quanto ao PT admitir que cometeu erros e confessou haver equívocos do partido, sem especificá-los. No entanto, afirma que o projeto petista "não pode ser descartado".

"Às vezes as pessoas falam que é preciso admitir que o PT errou. É claro que errou, mas o projeto de inclusão que o PT representou não pode ser descartado. Não dá pra jogar a criança fora junto com a água do banho", disse.

Nesta segunda, após reunião em Brasília com partidos alinhados à esquerda que formam a chamada "frente democrática" em defesa da candidatura de Haddad, a presidente do PT, senadora eleita deputada federal Gleisi Hoffmann, declarou que o PT não pode se desculpar por ter passado ao segundo turno.

"Acho que é possível [uma candidatura suprapartidária] diante do quadro que estamos vivendo. Veja, não dá para o PT pedir desculpas porque venceu o segundo turno (sic). [...] Podem ter críticas ao PT. É natural que tenha. É uma organização humana com todas as nossas falhas e com todos os avanços que tivemos. Agora, não dá para pedir que o PT peça desculpas nem acusar o PT de ter ido para o segundo turno", falou.

À reportagem, um assessor de Ciro Gomes questionou enfaticamente "o que mais o PT quer dele". No momento, qualquer aparição pública do pedetista ao lado de Haddad ou mais demonstrações de apoio explícitas estão descartadas.

Para o grupo de Ciro, o PT é um dos responsáveis pelo surgimento da retórica de Bolsonaro e agora quer "colocar a culpa" nos outros. Se o PT não estivesse no segundo turno, avaliam, o partido não teria a mesma atitude que cobra dos demais.

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