PT pede que emissoras mantenham debates mesmo sem presença de Bolsonaro

Luiz Alberto Gomes

Do UOL, em São Paulo

  • Arte/UOL

O PT, do candidato Fernando Haddad, pediu nesta sexta-feira (19) que emissoras que planejam organizar debates entre os presidenciáveis no segundo turno mantenham os programas mesmo com a ausência do adversário Jair Bolsonaro (PSL). Para o partido, os canais de TV possuem "compromisso com a democracia e com o processo eleitoral" que "não pode ser fraudado pela recusa" do militar da reserva.

Na avaliação da legenda, "cancelar os debates significa compactuar com a estratégia covarde e antidemocrática do deputado Bolsonaro". Na nota, o PT ainda afirma que "povo brasileiro tem o direito de saber em quem vai votar e as emissoras de TV têm o dever de prestar este serviço ao público."

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Segundo o PT, as emissoras Rede Globo, SBT, Record, Band e a rádio CBN convidaram Fernando Haddad para os debates, e o candidato já confirmou sua presença nos eventos na reta final do segundo turno. A nota afirma que o candidato petista "está pronto a usar o tempo que lhe foi destinado para falar nos debates."

Pouco depois do pedido, a Record confirmou que não realizará seu debate com os candidatos à Presidência. Segundo a emissora, não houve acordo para que os dois candidatos participassem, mas negociações ainda são mantidas para tentar uma nova data até o dia 25 de outubro, prazo limite para o debate de segundo turno.

Mais cedo, Haddad já tinha pedido que os debates fossem mantidos para o eleitor "conhecer as propostas que podem mudar para melhor a vida dos brasileiros". O petista ainda voltou a cobrar a presença de Bolsonaro: "Eu espero que eu e meu adversário compareçamos. Mas, se um de nós comparecer sem o outro, tem todo o direito de apresentar o seu plano de governo."

Apesar das convocações de Haddad, Bolsonaro não deve comparecer aos debates. Ontem, os médicos do presidenciável o reavaliaram e disseram que ele tinha condições de ir aos eventos e a outras agendas de campanha. Porém, o candidato do PSL afirmou que o "debate é secundário."

No primeiro turno, Haddad e Bolsonaro não estiveram frente a frente em nenhum debate. O pesselista foi aos eventos da Band e RedeTV!, mas foi alvo de um atentado em Juiz de Fora (MG) no dia 6 de setembro e não pode mais ir em nenhum encontro.

Já Haddad só teve sua candidatura confirmada em 11 de setembro. Antes disso, o nome do PT para a eleição de 2018 era o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi barrado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por ser enquadrado na lei da Ficha Limpa. Haddad foi aos debates na TV Aparecida, SBT (organizado em parceira com o UOL e o jornal "Folha de S.Paulo"), Record e Globo.

Segundo Datafolha divulgado na última quinta-feira (18), 73% dos eleitores querem que Bolsonaro vá aos debates e 67% consideram muito importante os encontros entre ele e Haddad. No entanto, 76% afirmaram que não mudariam o voto de jeito nenhum por causa dos eventos.

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