Haddad cobra agilidade e diz que TSE é analógico demais contra fake news

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, cobrou na manhã desta segunda-feira (22) agilidade do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para julgar ações que questionam irregularidades envolvendo a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL), seu rival na disputa. "Se todo mundo sabe que teve fraude no primeiro turno com dinheiro sujo, o que está se esperando?", diz ele, em referência às ações do PT e do PDT que questionam abuso de poder econômico a favor de Bolsonaro. 

"Acredito que as instituições estão se sentido ameaçadas, inclusive pela linha dura de parte das Forças Armadas", disse ele antes de participar de evento com uma cooperativa de reciclagem em São Paulo.

Ele também voltou a criticar o TSE por ter negado mandados de busca e apreensão contra empresas que dispararam mensagens contra sua campanha pelo WhatsApp. "Como é que vou processar por calúnia as pessoas que me difamaram? O WhatsApp tem ajudado mais do que a Justiça, banindo 100 mil contas-robôs."

Para ele, uma demonstração do medo das instituições se materializou na presença do ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Sérgio Etchgoyen, ao lado da presidente do TSE, Rosa Weber, no domingo (21), durante pronunciamento.

"Qual a autoridade dele no TSE? O que ele tem com isso? Foi lá se colocar como uma ameaça, tutelar?", afirma Haddad. O que irritou o candidato foi uma declaração do ministro de que notícias falsas não influenciaram no primeiro turno. "Quem é ele para dizer isso?", diz.

Ele sugere que talvez a Justiça não tenha compreensão do que é "essa tecnologia". "Por isso eu disse que o TSE é analógico demais para enfrentar essa situação." Haddad defende que, com a apreensão de computadores envolvidos no esquema, se chegaria aos autores dos disparos de mensagens. "E, sabendo os autores, íamos saber quem pagou."

O candidato disse que sua campanha entrará com medidas judiciais contra as declarações do deputado Eduardo Bolsonaro e outras atitudes atribuídas ao presidenciável do PSL. O filho de Jair Bolsonaro disse em julho que para fechar com o Supremo "basta um soldado e um cabo".

Haddad ainda elogiou a declaração do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello, que qualificou a declaração como "golpismo". Ele também citou a fala do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) de que essa seria uma demonstração de "fascismo".

O petista diz que FHC tem se mantido afastado do debate político, mas, há seis dias do pleito, indicou que deverá ligar para o ex-presidente para debater o cenário.

Reta final de campanha

O aceno a catadores remonta agendas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na noite desta segunda-feira, Haddad fará um ato no Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Tuca), outro local tradicional para campanhas petistas.

Na reta final da eleição, a estratégia do presidenciável petista é tentar recuperar parte do eleitorado simpático a Lula que migrou para o candidato Jair Bolsonaro (PSL) no pleito.

Aliados de Haddad tentam reanimar militantes frente à vantagem do adversário em pesquisas eleitorais. "A minha tarefa aqui hoje é tentar levantar a moral do nosso povo", discursou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas.

Furto de Bíblia

Haddad relatou também que uma Bíblia que ganhou de presente e o celular de um dos seus assessores foram furtados durante ato em Fortaleza, no último sábado (20), para prejudicá-lo.

Nas redes sociais, circula um vídeo em que um apoiador de Jair Bolsonaro (PSL) mostra a Bíblia que Haddad ganhou durante o comício e acusa o petista de ter jogado o objeto no lixo. "Essa turma é de milicianos, esse pessoal é muito perigoso. São milicianos tentando tomar o poder pela força", disse Haddad, ao comentar o episódio. (*Com informações da Agência Estado)

Haddad acusa apoiador de Bolsonaro de roubar bi?blia em ato

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