Ex-governador Alberto Goldman, do PSDB, declara apoio a Haddad

Luiz Alberto Gomes

Do UOL, em São Paulo

  • Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdp

O ex-governador de São Paulo Alberto Goldman (PSDB) disse na manhã desta quarta-feira (24) que Jair Bolsonaro (PSL) "passou dos limites aceitáveis no último domingo" e declarou seu apoio ao petista Fernando Haddad na corrida à Presidência da República.

A crítica a Bolsonaro é uma referência ao discurso que o deputado fez em vídeo durante um manifestação na avenida Paulista, em São Paulo, em que falou que "esses marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria."

Goldman publicou um vídeo em sua página no Facebook. O tucano diz não querer pagar para ver: "Votarei em Fernando Haddad, contra a ameaça aos valores democráticos".

O ex-governador é desafeto de João Doria (PSDB), candidato ao governo de São Paulo, e chegou a ser expulso do partido pelo diretório municipal por apoiar o adversário Paulo Skaf (MDB). Porém, a decisão não foi concretizada por ordem do PSDB nacional, que chamou a resolução de "arbitrária e inócua" e afirmou que o diretório de São Paulo não pode retirar da sigla um membro do diretório nacional.


Apesar da declaração de apoio, Goldman fez uma série de críticas ao PT, chamou o partido de reacionário, "sabotador de todas as expectativas" e disse que o partido está "sempre amarrando as reformas": "Nunca estive com eles, sempre fui oposição. E, nos anos recentes, eu fui praticamente o autor da CPI do mensalão".

O tucano ainda diz que "Bolsonaro é produto do PT" e que o pesselista representa uma "direita que saiu do armário". Ele afirma que estava decidido a votar nulo até domingo, mas mudou após ver o discurso na avenida Paulista.

"Eu, sinceramente, não quero pagar para ver. Vou contra minha vontade, contra o que eu pensava, contra os princípios e contra todos esses anos de luta contra o PT. Vou acabar votando em Haddad". O ex-governador disse que acredita nas instituições brasileiras em caso de uma possível vitória de Bolsonaro, mas que a eleição dele traria "pontos de retrocessos."

A declaração de apoio foi comentada por Haddad em suas redes sociais: "O que está em jogo é a nossa democracia".

Outros tucanos com Haddad

Além de Goldman, outros nomes do PSDB já declararam voto em Haddad no segundo turno. Vereador de São Paulo e secretário de Inovação e Tecnologia escolhido por Doria, Daniel Annenberg disse que votaria no petista contra uma candidatura que "vocifera violência" e "flerta com a ditadura militar". Lideranças da "Esquerda pra Valer", ala interna do PSDB, também manifestaram apoio ao tradicional partido rival.

Segundo a coluna Painel, do jornal "Folha de S.Paulo", Geraldo Alckmin (PSDB) avalia que um governo Bolsonário seria "catastrófico" mas não deve manifestar eventual apoio a Haddad.

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