Haddad reforça com PDT pedido por apoio e faz piada com Bolsonaro

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

  • Felipe Rau/Estadão Conteúdo

    Fernando Haddad (PT) se encontra com a ex-presidente da Costa Rica, chefe da missão da OEA em SP

    Fernando Haddad (PT) se encontra com a ex-presidente da Costa Rica, chefe da missão da OEA em SP

O candidato do PT a presidente, Fernando Haddad, voltou a pedir um apoio mais explícito do PDT à sua campanha no segundo turno. Segundo Haddad, ele ligou para o presidente do PDT, Carlos Lupi, para dizer que ele está crescendo na disputa pelo Planalto contra Jair Bolsonaro (PSL).

"Liguei dizendo para ele o que talvez ele não esteja acompanhando. 'Tá virando, Lupi'. Avisei ele, falei: 'tá virando. Tem uma onda legal acontecendo no país'", disse em pronunciamento a jornalistas em um hotel na zona sul de São Paulo.

Haddad diz que, nos próximos dias, continuará tentando angariar mais apoios à sua candidatura. "Todas as tentativas que eu poderia fazer, eu fiz. Todas as que eu puder fazer, farei."

O petista exaltou, por exemplo, o posicionamento do ex-governador de São Paulo Alberto Goldman (PSDB), que irá votar no PT no segundo turno. "Importante apoio porque também sinaliza que os setores mais centristas estão preocupados com o significado para o mundo da eleição de uma pessoa com as características do Bolsonaro, com um linguajar tão impróprio para um chefe de Estado."

Segundo o candidato, é preciso ter "grandeza, neste momento, de perceber os riscos que o Brasil está correndo". "Nós estamos naturalizando um processo muito pouco natural. O Brasil nunca abraçou os valores que o Bolsonaro representa", disse, dando deixa para risadas de todos que acompanhavam o pronunciamento. O motivo: o estouro no sistema de som usado pela campanha. "Falei o nome dele, você viu o que aconteceu?", brincou Haddad.

Para justificar "a onda da virada", Haddad citou a pesquisa do Ibope que já o colocou na liderança se considerados apenas os eleitores da capital paulista, administrada por ele entre 2013 e 2016. Ele coloca esse avanço na conta da periferia. Ele também se animou com a queda na rejeição a ele registrada pela última pesquisa do Ibope.

"Essa onda de virada que o Brasil está vivendo, vivemos em São Paulo, aqui na cidade, esperamos viver no Sudeste. A gente pode chegar a um bom resultado eleitoral", disse. "Considero que a conexão com a periferia é importante, e está sendo feita. Aqui em São Paulo já virou e nós vamos virar". Haddad anunciou que encerrará sua agenda de campanha no sábado (27) em Heliópolis, bairro da periferia na zona sul paulistana.

Sobre a conexão com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estaria perdendo espaço na campanha, ele diz que não conta as vezes que fala o nome dele. "Você acha que alguém tem dúvida da minha relação com ele?", questionou.

Mais cedo, Haddad participou de uma reunião com uma missão da OEA (Organização dos Estados Americanos) que acompanha a eleição brasileira a respeito do uso do WhatsApp para disseminação de notícias falsas.

"O fenômeno que estamos vendo no Brasil não tem precedentes, fundamentalmente por uma razão", disse a chefe da missão, Laura Chinchilla, em relação às fake news. "No caso do Brasil, está se utilizando a rede privada, que é o WhatsApp. É uma rede que apresenta muitas complexidades para que as autoridades possam acessar e investigar. É uma rede que gera muita confiança nas pessoas porque são pessoas próximas a elas que mandam as notícias".

Depois do encontro, Haddad embarcou para Pernambuco, onde iniciará seu último giro pelo Nordeste antes do segundo turno.

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