Eleições 2018

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Uma multidão de quase cinco mil pessoas, segundo estimativas de agentes do terminal de desembarque, aguardou a chegada do ex-ministro da Integração Nacional e candidato à presidência derrotado nas eleições 2018, Ciro Gomes (PDT), no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, na noite desta sexta-feira (26). Apesar de ter sido montado um espaço para coletiva de imprensa, Ciro Gomes saiu do aeroporto, seguido pela multidão, sem conversar com os jornalistas.

O voo do ex-candidato, vindo de Lisboa, Portugal, previsto para as 20 horas, atrasou cerca de duas horas. O pedetista foi recebido com euforia pelos apoiadores, que, aos gritos de "Ciro presidente", queriam chegar o mais próximo possível do ex-ministro. A chegada dele havia sido anunciada como evento por aliados e pelo próprio irmão de Ciro, Cid Gomes, senador eleito pelo Ceará que esteve no aeroporto.

A expectativa era a de que Ciro sinalizasse apoio ao candidato do PT à presidência da República, Fernando Haddad, o que não aconteceu.

Durante a escala na cidade de Lisboa, Ciro afirmou que não vai manifestar apoio direto a Haddad no segundo turno. O ex-ministro afirmou que vai adotar a postura de "apoio crítico" à Haddad.

No saguão do aeroporto, pelo menos quatro faixas pediam o nome do pedetista para a Presidência em 2022.

Vinte percussionistas do grupo Tambauê, da cidade de Guaiúba, na Região Metropolitana de Fortaleza, foram ao aeroporto somente para receber o ex-candidato. Luana Reis, regente do grupo, afirmou que Ciro "é a esperança do Ceará e do Nordeste".

O presidente Nacional do PDT, Carlos Lupi, aguardava a chegada do ministro e afirmou que Ciro vai gravar um vídeo no qual deve declarar voto e um apoio crítico a Haddad. Lupi evitou garantir, no entanto, que os dois ex-ministros irão se encontrar num mesmo palanque ou que haverá tempo para que eles façam um ato público juntos.

"Ciro já declarou voto no Haddad. Não sei dá tempo para fazer ato público, mas para a rede social, nós vamos gravar um vídeo sobre isso", garantiu Lupi.

Pedido de apoio

No dia 10 de outubro, o PDT declarou "apoio crítico" a Fernando Haddad, mas Ciro, que no discurso da derrota no primeiro turno afirmou que não votaria em Bolsonaro, não manifestou voto no colega petista. Ciro embarcou para a Paris no dia seguinte para descansar do ritmo da campanha, e o partido informou que ele não participaria de nenhum ato ao lado de Haddad.

A relação entre petistas e pedetistas ficou mais difícil no dia 15 de outubro, quando em um evento do PT em Fortaleza, o irmão de Ciro, Cid Gomes, fez críticas ao partido e cobrou uma "mea culpa". O senador acusou o partido de ser o responsável pela criação de Jair Bolsonaro (PSL) porque, segundo ele, se os petistas tivessem apostado na eleição do irmão, a disputa já estaria ganha. Cid chegou a dizer que o PT perderia "feio" a eleição.

Dias depois, Cid gravou um vídeo para manifestar seu apoio a Haddad e fazer elogios públicos ao petista. Seu discurso exaltado, porém, já havia sido usado pela própria campanha de Bolsonaro para atacar o adversário.

Haddad tem dito em todas as suas entrevistas que conta com o apoio de Ciro Gomes para tentar virar a eleição. As pesquisas de intenção de voto indicam que Bolsonaro lidera com vantagem, mas o petista diz confiar que uma manifestação clara de Ciro lhe garanta de três a quatro pontos percentuais na disputa.