Coronel que xingou Rosa Weber é alvo de ação da PF e vai usar tornozeleira

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

  • Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo

O coronel da reserva Carlos Alves, investigado por suspeita do crime de ameaça à ministra Rosa Weber, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), foi alvo nesta sexta-feira (26) de mandado de busca e apreensão emitido pela 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

A decisão judicial também determina que o coronel deverá ser monitorado por tornozeleira eletrônica, ficar proibido de andar armado e possuir arma em casa, além de estar impedido de viajar à Brasília e de ficar a menos de cinco quilômetros de distância de qualquer ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) ou do TSE, além do ministro de Segurança Pública, Raul Jungmann. O coronel mora no Rio de Janeiro.

Nas buscas, foram apreendidos computadores e aparelhos celulares.

O coronel é investigado por suspeitas dos crimes de difamação, injúria, constrangimento ilegal e ameaça, além de crimes previstos na Lei de Segurança Nacional, por supostas ameaças e ofensas contra ministros do TSE e do STF publicadas em vídeos nas redes sociais.

Em vídeo, coronel ofende ministra do TSE

A investigação ainda está em andamento e foi aberta por determinação da PGR (Procuradoria-Geral da República) após pedido do STF.

No vídeo, Alves afirma, dirigindo-se à ministra Rosa Weber, que ela "não se atreva" a dar seguimento à ação da campanha do PT contra o candidato adversário Jair Bolsonaro (PSL).

"Olhe aqui Rosa Weber, eu vou te falar uma coisa aqui TSE e Supremo Tribunal Federal, primeiro que eu falo mesmo não tenho medo de vocês não tenho medo de ninguém, eu já falei uma vez, já felei duas, falo dez mil vezes e hoje eu estou autorizando a dar uma informação pra vocês", diz o coronel da reserva.

"Não te atreve, não te atreve a ousar aceitar esta afronta contra o povo brasileiro, esta proposta indecente do PT de querer tirar Bolsonaro do pleito eleitoral acusando-o de desonestidade, acusando-o de ser cúmplice numa campanha criminosa, bilionária e fraudulenta com o WhatsApp para promover notícias falsas", ele afirma, no vídeo.

Em outro trecho, o coronel afirma que integrantes das Forças Armadas poderão "derrubar" o TSE caso o tribunal emita decisão contrária a Bolsonaro.

"E como eu, outros coronéis, generais, comandantes da Marinha, brigadeiros, almirantes, nós não aceitaremos fraude, Rosa Weber", disse o coronel.

"Primeiro, se você aceitar essa denúncia ridícula e tentar tirar Bolsonaro por crime eleitoral, nós vamos derrubar vocês aí sim, porque aí, acabou", afirmou Alves.

No mesmo vídeo, o coronel critica o fato de Rosa Weber ter se reunido com representantes do PT que foram ao tribunal pedir providências na ação movida pelo partido contra o suposto esquema ilegal para beneficiar a campanha do PSL por meio do envio em massa de mensagens pelo WhatsApp.

"E esta salafrária, esta corrupta, essa ministra corrupta e incompetente. Se ela fosse uma mulher séria, se ela fosse uma mulher patriótica, se ela não devesse nada pra ninguém, ela nem receberia essa cambada no TSE", diz Alves, no vídeo.

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