É "factível" zerar déficit fiscal em 2019, diz Paulo Guedes após eleição

Gustavo Maia, Hanrrikson de Andrade e Rodrigo Mattos

Do UOL, no Rio

  • Silvia Constanti/Agência O Globo

Já anunciado como ministro do governo Jair Bolsonaro (PSL), o economista Paulo Guedes afirmou na noite deste domingo (28) que é "factível" zerar o déficit fiscal em 2019.

"Nós vamos tentar. É factível, claro que é factível. Controle de gastos", declarou, ao ser questionado se dava para resolver o problema no primeiro ano da gestão.

Análises:

O plano de governo do presidenciável anunciar "especial atenção ao controle dos custos associados à folha de pagamento do Governo Federal".

"Os cortes de despesas e a redução das renúncias fiscais constituem peças fundamentais ao ajuste das contas públicas. O déficit público primário precisa ser eliminado já no primeiro ano e convertido em superávit no segundo ano", aponta o documento.

"O foco do programa é controle de gastos", declarou Guedes, em entrevista coletiva. Segundo o economista, que deve acumular os ministérios da Fazenda e do Planejamento, o programa econômico tem "vários blocos".

"Não é uma medida assim: vocês vão acordar à noite, de repente, teve uma medida de congelamento de preços, de ativo, não tem nada disso. Não é assim. Nós vamos anunciar blocos de medidas. Tem uma abertura gradual da economia, tem um ataque ao déficit fiscal", declarou.

Ao falar sobre o diagnóstico da economia brasileira, ele disse que não adianta falar medida isolada, porque "ninguém entende nada".

"Fala 'ah, vai subir o imposto'. Se falou, por exemplo, durante a campanha, em criar um imposto, que era o Imposto Único Federal, substituindo oito impostos. Aí o jornal saiu assim: 'quer criar um imposto'. Não, era uma substituição de impostos", reclamou.

Guedes listou os "grandes itens" dos gastos públicos, sendo o primeiro deles a Previdência pública, que segundo ele precisa de uma reforma.

"O segundo grande item do controle de gastos públicos, a despesa de juros. Vamos acelerar as privatizações porque não é razoável o Brasil gastar US$ 100 bilhões por ano em juros da dívida", assinalou.

A terceira parte é, segundo ele, uma reforma do Estado, os gastos com a máquina pública. "Nós vamos ter que reduzir privilégios e desperdícios", declarou.

Empregos

Apelidado de "Posto Ipiranga" por Bolsonaro, por ser a quem ele recorre com relações a todas as questões econômicas, Guedes prometeu "simplificar e reduzir impostos". "Nós vamos eliminar encargos e impostos trabalhistas sobre a folha de pagamentos para gerar em 2, 3 anos 10 milhões de empregos novos", declarou.

Ele afirmou que o governo vai fazer os marcos regulatórios na área de infraestrutura porque o país precisa de investimentos na área. "O custo Brasil é alto por falta de segurança jurídica, de marco regulatório adequado", declarou.

Com as medidas, segundo o economista, será possível fazer ter "10, 15, 20 anos" de entrada de investimentos privados. "Os investimentos privados são o motor do crescimento econômico, a maior máquina de inclusão social são os investimentos e o emprego privados, é isso que vamos fazer", concluiu.

Análise: Como fica a oposição no novo governo Bolsonaro?

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos