Mourão fala em vitória com 60% dos votos; Manuela diz acreditar em virada
Do UOL, em São Paulo
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Itamar Aguiar/Evaristo Sá/AFP
Os candidatos à vice-presidência general Hamilton Mourão (PRTB) e Manuela D'Ávila (PCdoB) votaram na manhã deste domingo (28) em seus colégios eleitorais, longe dos presidenciáveis de suas respectivas chapas, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).
Mourão votou em uma escola pública em Brasília. Ele disse confiar em uma vitória com 60% dos votos - pesquisas Ibope e Datafolha divulgadas na noite de sábado (27) mostraram a chapa Bolsonaro-Mourão com vantagem sobre Haddad-Manuela.
Apesar disso, Manuela, que votou no colégio Santa Inês, em Porto Alegre, falou que acredita em uma virada histórica. Segundo a Folha de S.Paulo, ela disse aos jornalistas presentes que "aproveitassem a liberdade de imprensa".
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Após os votos, ambos embarcariam em viagens para acompanhar a apuração ao lado dos presidenciáveis - Bolsonaro e Mourão no Rio de Janeiro e Haddad e Manuela em São Paulo.
Mourão diz guardar mágoa de acusação de Haddad
Durante a votação, general Mourão disse ser um "cidadão brasileiro que foi militar", assim como Bolsonaro, e lembrou de candidaturas de outros militares na história democrática do Brasil, citando a vitória do general Eurico Gaspar Dutra na eleição presidencial de 1945 e as derrotas do brigadeiro Eduardo Gomes, também em 1945, e do marechal Henrique Teixeira Lott, em 1960.
Mourão se disse magoado quando foi taxado de torturador, acusação feita pelo músico Geraldo Azevedo e depois replicada por Haddad, que se retratou. Segundo ele, a família foi alvo de questionamentos, o que trouxe transtornos para filhos e netos.
"Uma disputa eleitoral não pode se tornar uma briga de facções. Eu tenho filho e neto. Meu neto foi abordado no colégio e os colegas perguntaram se eu era torturador. Essa mágoa eu guardo", disse.
Mourão também afirmou que a prioridade de um eventual governo Bolsonaro é "ajustar a economia" e se disse favorável à proposta da reforma da Previdência que já está em debate no Congresso Nacional. Auxiliares do candidato e o próprio Bolsonaro, entretanto, já afirmaram que não aproveitarão o texto. "O ótimo é inimigo do bom. Podemos aproveitar a proposta. Mas depende do Bolsonaro", disse.
Manuela diz que Bolsonaro foi "covarde" ao se ausentar dos debates
Ao votar em Porto Alegre, Manuela mencionou reportagem da Folha de S.Paulo que cita a ação de empresários impulsionando Bolsonaro contra o PT no WhatsApp e disse ter sido um momento-chave do segundo turno.
"O que a gente nota depois da identificação desse esquema de caixa dois digital do nosso adversário? O nosso adversário começa a cair nas pesquisas porque é um homem covarde, se ausentou dos debates, que não valorizou os pactos do nosso país. O debate é um espaço importante. Um homem que não consegue conviver com as críticas, com o pensamento diferente."
De acordo com a Folha, apoiadores gritaram "Manu no Jaburu", em referência ao palácio que é residência oficial do vice-presidente em Brasília.
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