Ataque de Bolsonaro à Folha é "acinte à imprensa", diz Alckmin

Do UOL, em São Paulo

  • Daniel Ramalho - 5.out.2018/AFP

    O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), que disputou a Presidência

    O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), que disputou a Presidência

O ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) disse nesta segunda-feira (29), por meio do Twitter, que os ataques feitos pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) à Folha de S. Paulo são um "acinte a toda a imprensa". Ainda segundo o tucano, "alguns fazem críticas aos seus críticos porque não conhecem seus próprios limites."

"Começou mal. A defesa da liberdade ficou no discurso de ontem", publicou Alckmin no Twitter. "Os ataques feitos hoje pelo futuro presidente à Folha de São Paulo representam um acinte a toda a Imprensa e a ameaça de cooptar veículos de comunicação pela oferta de dinheiro público é uma ofensa à moralidade e ao jornalismo nacional. É pretender substituir a liberdade de Imprensa pelo clientelismo de Imprensa. Alguns fazem críticas aos seus críticos porque não conhecem seus próprios limites. O futuro Presidente vai ter de conviver e de respeitar todos e, em especial, os que a ele dirijam críticas."

A fala de Alckmin foi uma reação à entrevista de Bolsonaro ao Jornal Nacional, da TV Globo. O presidente eleito disse que é "totalmente favorável à liberdade de imprensa", mas condicionou o que chamou de "apoio" do seu futuro governo por meio de verbas da propaganda oficial a veículos de comunicação ao "comportamento" de veículos de comunicação.

Bolsonaro atacou a Folha e falou da propaganda oficial ao se referir a uma reportagem publicada pelo jornal em janeiro deste ano, que revelou que verba do seu gabinete na Câmara dos Deputados foi usada para empregar uma vizinha dele em um distrito a 50 km do centro de Angra Dos Reis (RJ).

"Não quero que ela [a imprensa] acabe, mas no que depender de mim, na propaganda oficial do governo, imprensa que se comportar dessa maneira, mentindo descaradamente, não terá apoio do governo federal", disse Bolsonaro em entrevista ao JN.

Segundo Bolsonaro, Walderice Santos da Conceição foi rotulada "de forma injusta" de servidora "fantasma", por ter como principal atividade um comércio, chamado "Wal Açaí". "É uma senhora, mulher, negra e pobre", declarou Bolsonaro. Ele disse ainda que a funcionária estava de férias quando foi encontrada pela reportagem.

A Folha voltou a explicar, em matéria publicada na noite desta segunda, como apurou a reportagem sobre Walderice. Segundo o jornal, a reportagem procurou Walderice duas vezes. Leia a versão completa do jornal.

Alckmin disputou o primeiro turno da eleição presidencial e ficou em quarto lugar, com 4,76% dos votos válidos (cerca de 5 milhões de votos). No segundo turno, não declarou apoio nem a Bolsonaro, nem a Fernando Haddad (PT).

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