De Trump a Maduro, líderes mundiais felicitam Jair Bolsonaro pela vitória

Do UOL em São Paulo*

  • Mauro Pimentel/AFP

Desde a confirmação de vitória nas eleições 2018, o presidente eleito Jair Bolsonaro tem recebido as felicitações de diversos líderes e políticos internacionais. Muitos líderes de direita e extrema direita parabenizaram tanto Bolsonaro pela vitória, quanto os brasileiros por tê-lo eleito. Outros, no entanto, destacaram os discursos e promessas polêmicas do novo presidente brasileiro.

No domingo (28), em uma transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro informou que o presidente americano Donald Trump havia telefonado. Nesta segunda-feira (29) pela manhã, Trump voltou a parabenizá-lo pelo Twitter e citou o conteúdo da conversa. "Concordamos que o Brasil e os Estados Unidos trabalharão em estreita colaboração com o comércio, o exército e tudo mais! Excelente telefonema, desejei-lhe parabéns!".

O venezuelano Nicolás Maduro também se pronunciou sobre a vitória. Maduro foi bastante criticado pelo novo líder brasileiro durante sua campanha presidencial. Ele enviou "sinceras felicitações" aos brasileiros pelas eleições, mas não parabenizou Bolsonaro diretamente. Por meio de nota publicada pelo chanceler Jorge Arreaza, desejou que o novo presidente retome as relações com países vizinhos.

Muitos políticos de direita se pronunciaram positivamente pelo resultado. O líder da extrema-direita e vice-premiê italiano Matteo Salvini, que já havia demonstrado apoio ao candidato do PSL, saudou a vitória e disse aguardar a extradição do ex-militante de esquerda Cesare Battisti – condenado na Itália por assassinato, preso no Brasil em 2007, mas cuja extradição foi barrada pelo então presidente Lula. Pelo Twitter, Salvini disse que os brasileiros "mandaram a esquerda para casa" e que a "a amizade entre nossos povos e governos será ainda mais forte".

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Na França, a líder de ultradireita Marine Le Pen disse que "os brasileiros acabaram de punir a corrupção generalizada e a criminalidade aterrorizante que prosperam sob os governos de extrema esquerda". Ela terminou desejando boa sorte ao novo presidente para "corrigir a situação econômica, de segurança e democrática que estão muito comprometidas".

O presidente francês, por outro lado, foi mais contido na felicitação desta segunda-feira. Ele citou o discurso polêmico que o político do PSL manteve durante a campanha e espera manter a cooperação entre os dois países dentro dos princípios democráticos.  Ele também demonstrou preocupação com a possibilidade de Bolsonaro retirar o país do acordo climático. Anteriormente, o francês tinha se referido a uma possível vitória do capitão da reserva como uma "tragédia eleitoral".

O presidente Vladimir Putin enviou um telegrama para Bolsonaro, no qual demonstrou seu desejo em desenvolver ainda mais as relações bilaterais com o país, classificadas como "construtivas". Ele expressou "sua confiança no desenvolvimento de toda a gama de relações" entre os dois países, assim como na cooperação construtiva, no âmbito das Nações Unidas, do G20, dos Brics de outras estruturas multilaterais em interesse dos povos da Rússia e do Brasil".

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, telefonou para o presidente eleito brasileiro e disse que aguarda a sua visita ao País. "Falei esta tarde com o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro. Eu o parabenizei por sua vitória. Disse a ele que estou certo de que sua eleição irá trazer uma grande amizade entre nossos povos e um fortalecimento dos laços entre Brasil e Israel. Estamos aguardando sua visita!", escreveu Netanyahu em suas redes sociais. Bolsonaro também recorreu ao Twitter para agradecer o apoio.

A China, por sua vez, se manifestou através de seu representante da área internacional. "Esperamos que os dois países fortaleçam a cooperação dentro dos Brics e a cooperação multilateral, servindo ao interesse comum dos países em desenvolvimento e aos mercados emergentes", disse o porta-voz da chancelaria chinesa, Lu Kang.

Já Monica Grayley, porta-voz da presidente da Assembleia Geral da ONU, Maria Fernanda Espinosa, disse que os eleitores brasileiros fizeram a escolha em eleições livres e democráticas e que o "diálogo" é a melhor ferramenta para processos políticos. "Ela (Espinosa) defende a escolha soberana que os eleitores fizeram ontem - que os eleitores fizeram em eleições livres e democráticas. Ela respeita isso e acredita que o diálogo é a melhor ferramenta para processos políticos em todos os lugares", afirmou Monica, questionada se Espinosa possui alguma preocupação com discursos extremados de Bolsonaro.

América Latina

Entre os governantes latino-americanos, o presidente chileno, Sebastián Piñera, foi um dos primeiros a parabenizar o político do PSL. No Twitter, ele elogiou a "eleição limpa e democrática" brasileira e saudou Bolsonaro por sua "grande vitória eleitoral".

"Convido-o a visitar o Chile e tenho certeza que trabalharemos com vontade, força e visão de futuro em favor do bem-estar de nossos povos e da integração", disse o líder de centro-direita.

Empossado recentemente, o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, parabenizou tanto o povo brasileiro como o presidente eleito. "Queremos trabalhar juntos por democracias mais sólidas na região, com instituições fortalecidas e sempre buscando a prosperidade de nossos povos", afirmou o direitista paraguaio.

Os dois – que têm em comum o fato de terem sido paraquedistas do Exército de seus países – já tinham conversado por telefone na semana passada, quando se comprometeram a fortalecer os laços entre os dois Estados vizinhos caso Bolsonaro fosse eleito.

O centro-direitista Mauricio Macri, presidente da Argentina, também saudou a vitória do candidato do PSL e defendeu a continuidade do trabalho entre as duas nações. "Desejo que trabalhemos em breve juntos pela relação entre nossos países e o bem-estar de argentinos e brasileiros", escreveu no Twitter.

O Ministério das Relações Exteriores argentino, por sua vez, lembrou que os "fortes laços" de amizade e cooperação fazem do Brasil um parceiro "estratégico indiscutível". "Essas eleições demonstram mais uma vez a força das instituições democráticas brasileiras", diz a nota.

O presidente do México, Enrique Peña Nieto, que deixará o cargo em dezembro, elogiou o processo eleitoral que culminou na vitória de Bolsonaro.

"Em nome do povo e do governo do México, parabenizo Jair Bolsonaro por sua eleição como presidente da República Federativa do Brasil, em uma jornada exemplar que reflete a força democrática daquele país", disse o líder de centro-direita.

O presidente peruano, o centro-direitista Martín Vizcarra, desejou "os maiores sucessos" para a gestão do próximo mandatário brasileiro e também expressou disposição de trabalharem unidos para aprofundar a "fraterna relação bilateral" entre os dois países.

"Parabenizo o presidente eleito do Brasil Jair Bolsonaro por sua vitória eleitoral contundente na grande festa cívica e democrática que viveu o povo brasileiro. Nossos maiores desejos", declarou, por sua vez, o presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, que é de esquerda, saudou "o povo irmão do Brasil por sua participação democrática no segundo turno das eleições" e disse "reconhecer" a vitória de Bolsonaro. "Bolívia e Brasil são povos irmãos com laços profundos de integração", acrescentou.

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, tuitou dando parabéns ao povo brasileiro pela "jornada eleitoral". "Saudamos o presidente eleito @jairbolsonaro e aplaudimos sua mensagem de verdade e paz", completou.

*Com DW e EFE

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