Doria diz que diminuirá secretarias, mas criará pasta do Interior em 1º ato
Luís Adorno
Do UOL, em São Paulo
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Divulgação/Assessoria
Em 1º de janeiro de 2019, ao assumir o governo de São Paulo, João Doria (PSDB) criará a Secretaria do Interior, segundo promessa feita pelo tucano na manhã desta segunda-feira (29), menos de 24 horas após ter sido eleito. Apesar da criação da nova pasta, Doria voltou a afirmar que pretende diminuir o número de secretarias estaduais. O interior do estado puxou os votos de Doria na eleição.
"A primeira ação será criar a Secretaria do Interior. Nós vamos diminuir o número de secretarias. Mas esta, enxuta e técnica, será para direcionar investimentos para cidades do interior, região metropolitana e litoral", afirmou o governador eleito em entrevista à rádio CBN.
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O segundo ato do governador eleito, segundo ele mesmo, será agir em conjunto com as polícias Civil e Militar. "Vamos integrar as polícias com as guardas. Hoje, não são integradas. O orçamento é robusto e, se precisar de reforço, vamos buscar", disse Doria.
O tucano voltou a dizer não ter recebido ligação dos caciques do partido, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o presidente nacional da sigla, o ex-governador Geraldo Alckmin. "Mas eu não faço política com pouco, faço com muitos, com 11 milhões de brasileiros que votaram em mim. Não dirigi nenhuma palavra que não fosse elogiosa tanto a Alckmin quanto FHC", amenizou.
FHC e Alckmin teceram críticas a Doria, na reta final da campanha, inclusive pelo amplo apoio dado ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). "Eu não mudo de partido. Os que se sentirem incomodados com uma mudança inovadora que devem sair. Nós vencemos aqui. Nós não somos os perdedores", disse.
Apesar de a eleição de Doria marcar 28 anos do PSDB à frente do estado, o governador eleito afirmou que "não será um governo de continuidade". "Será de transformação, não vou desrespeitar as boas obras, as boas iniciativas, mas vamos honrar os compromissos."
Mesmo eleito, Doria teve o pior desempenho de seu partido na disputa pelo governo do estado desde 1990. O tucano obteve 51,75% dos votos válidos, enquanto Márcio França (PSD) teve 48,25% -- uma diferença de apenas 741.507 eleitores.
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