Major Olimpio: Reforma da Previdência não passa do jeito que está

Do UOL, em São Paulo

Major Olimpio (PSL), senador eleito pelo estado de São Paulo, criticou em entrevista ao UOL nesta segunda-feira (29), a proposta do atual presidente Michel Temer sobre a reforma da Previdência. "A PEC 287 foi e será rejeitada. O novo projeto de Previdência, que tem um amadurecimento e uma discussão, tenho certeza que vai chegar a um consenso e ele vai ser aprovado".

A proposta da reforma da Previdência do atual governo ganhou força em 2017, mas desde então enfrenta dificuldades em conseguir apoio suficiente para conseguir a aprovação. Temer acredita que houve uma "trama" para impedi-lo de completar as reformas pretendidas pelo seu governo.

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"Nenhum de nós diz que não é necessário se fazer uma reforma da Previdência, mas nós temos que ver com muito mais maturidade, mais discussão e respeitando os 'Brasis' que nós temos como um todo", acredita o senador do PSL. "Você pega só a cidade de São Paulo, você tem regiões de Moema, de Pinheiros, de Santana, onde o tempo de vida média do brasileiro está em 80 anos de idade e avançando. E você tem regiões no Jardim Ângela, Capão Redondo, Jardim São Luís onde o tempo de vida média do brasileiro está nos seus 62, 64 anos".

"Como diz o próprio professor Paulo Guedes [possível ministro da Fazenda de Bolsonaro], a Previdência no Brasil é um avião que vai bater na montanha, depende do momento que vai bater e se tentar desviá-lo da montanha. Então, fazer as alterações é mais que necessário e pertinente. O que está contido na PEC 287 com essa conformação do Congresso, com a falta de fundamentação de dados da própria PEC, ela não passa se tentar votar agora, nesse restante de mandato do Temer", apontou Olimpio.

O senador ainda salientou que a reformulação da Previdência do governo Bolsonaro vai tratar situações excepcionais dentro do país. "Nós temos situações específicas que me permito discutir, por exemplo, da excepcionalidade, da impossibilidade de você ter um policial civil, um policial militar trabalhando até os 65 anos de idade, devido ao desgaste físico, psicológico, social e até espiritual, que é a carreira policial traz, a carreira de agentes penitenciários, traz um estresse muito grande e que não... Não dá para nós termos um profissional com 63, 64, 65 anos de idade exercendo essas atividades".

Temer está aberto a diálogos

O atual presidente Michel Temer afirmou no último domingo (28), em discurso feito algumas horas após Jair Bolsonaro ser eleito presidente, que ainda não tratou da reforma da Previdência, cuja tramitação está parada no Congresso Nacional, com o líder do PSL. Porém, disse que, "evidentemente, no instante em que começarmos a conversar, eu oferecerei a ideia de eventualmente podermos ainda fazer tramitar" por estar pronta para votação. Ele prometeu que a matéria só irá adiante se tiver o apoio do presidente eleito.

"Se isto ocorrer, acho que ainda é possível realizá-la neste ano. A estrada estará inteiramente asfaltada para o próximo governo", disse. Ao longo de seu mandato, Temer buscou imprimir uma marca reformista. Ele conseguiu aprovar as reformas do ensino médio e trabalhista, além do teto de gastos públicos. Questionado se há tempo para eventuais mudanças, Temer opinou que não é possível realizar modificações mais extensas. Porém, avaliou ser cabível "avançar" na proposta já pronta por haver dois meses até a passagem da faixa presidencial, em 1º de janeiro.

Major Oli?mpio prega renovac?a?o e na?o votaria em Maia e Calheiros

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