Candidatos à Presidência queimam últimos cartuchos para convencer indecisos

Em Rio de Janeiro

  • Arte/UOL

    Os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT)

    Os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT)

Os candidatos à Presidência do Brasil queimam neste sábado (6) seus últimos cartuchos para tentar convencer os indecisos e chegar ao segundo turno, em uma eleição cada vez mais polarizada onde Jair Bolsonaro (PSL) aparece como grande favorito.

Bolsonaro, com 35% das intenções de voto segundo a última pesquisa Datafolha, segue explorando as redes sociais, já que está impossibilitado de participar de atos de campanha devido à facada que tomou em 6 de setembro, durante um comício.

"Está chegando o momento da mudança, do nosso valor ser medido pelo nosso caráter, não pela nossa cor, sexo ou crença; de governar pelo exemplo; de se espelhar nas grandes nações; de se livrar das amarras ideológicas; de por fim ao sistema falido que impera ha décadas no Brasil", declarou o capitão.

Uma carreata de apoio a Bolsonaro foi convocada para o meio-dia deste sábado, partindo do Congresso em Brasília.

A campanha terminou oficialmente na noite de quinta-feira, com o último debate entre os candidatos, na TV Globo, marcado pela ausência de Bolsonaro, que alegou razões médicas para não participar, mas no mesmo horário concedeu entrevista a TV Record.

Carta de Lula a Haddad

O candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Haddad, segundo colocado nas pesquisas (22%), participará na manhã deste sábado da "caminhada da vitória" em Feira de Santana, na Bahia.

"Queremos governar um país para todos e não apenas para os ricos, como fez o governo Temer. Domingo é o dia do povo voltar ao poder."

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cumpre pena de 12 anos e um mês na sede da Polícia Federal em Curitiba, enviou uma mensagem recordando "que 6 de outubro é o meu aniversário oficial e espero ganhar de presente, no dia 07, o voto do povo brasileiro no Haddad para presidente".

Lula, que nasceu em 1945, fará 73 anos no próximo 27 de outubro, mas foi registrado oficialmente anos depois, em 6 de outubro.

As duas datas caem nas vésperas do primeiro e do segundo turnos (28 de outubro) das eleições deste ano no Brasil.

Mas alguns analistas se perguntam se haverá segundo turno para presidente, diante da dinâmica de crescimento do voto em Bolsonaro, que de 21 de agosto a 4 de outubro passou de 22% para 35% das intenções de voto.

Em votos válidos, Bolsonaro já tem 39%, contra 25% para Haddad.

Nas projeções para o segundo turno Bolsonaro e Haddad estão tecnicamente empatados.

Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB), ambos com cerca de 10% das intenções de voto, também farão mobilizações neste sábado, em um último esforço para trazer os eleitores para o centro.

Briga pelo nordeste

Bolsonaro concedeu nesta sexta-feira duas entrevistas a rádios de Pernambuco, um bastião de Lula no nordeste.

Em seu perfil no Facebook, o capitão publicou uma foto com um chapéu de couro tradicional da região e fez o conhecido gesto simulando uma arma, que o caracterizou como defensor da flexibilização do porte de armas.

O PT governou o Brasil de 2003 a 2016, um reinado de 13 anos que acabou brutalmente com a destituição de Dilma Rousseff pelo Congresso por manipulação das contas públicas.

Agora o partido promete trazer de volta os anos de glória da gestão Lula, quando os planos de inserção social e uma economia aquecida permitiram tirar mais de 30 milhões de brasileiros da pobreza extrema.

Mas a crise econômica dos últimos anos, que deixou quase 13 milhões de desempregados, a violência endêmica e os escândalos de corrupção geraram um forte "anti-petismo" entre a população.

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