Pré-candidatos ao Bandeirantes fazem romaria a Temer em SP
Adriana Ferraz, Pedro Venceslau e Thaís Barcellos
Em São Paulo
-
Beto Barata - 25.out.2016/Presidência
Márcio França (PSB), João Doria (PSDB) e Paulo Skaf (MDB), todos pré-candidatos ao governo paulista, fizeram fila no fim de semana para conversar sobre o cenário eleitoral com o presidente Michel Temer (MDB).
Todos reafirmaram disposição em concorrer ao cargo, durante visitas à residência do presidente, na zona oeste da capital paulista. Segundo relatos, Temer busca formar uma coligação que teria a chancela do governo federal e seu apoio pessoal, além da estrutura do MDB.
O acordo em São Paulo ainda facilitaria um entendimento nacional em torno da candidatura ao Planalto de Geraldo Alckmin (PSDB), desde que pesquisas indiquem o fortalecimento do tucano.
Essa definição, no entanto, não será tomada tão cedo. Temer teria dito aos três pré-candidatos que seu apoio para eleição estadual se dará no limite da data legal de registro das candidaturas, quando ele próprio vai decidir se mantém sua intenção de tentar a reeleição. Hoje, ressaltou que é candidato.
Temer ainda sinalizou que o avanço das pesquisas de intenção de voto será usadas não somente na esfera federal, mas na estadual. A mais recente pesquisa Datafolha coloca o ex-prefeito da capital João Doria na liderança, com 29% das intenções de voto, mas também mostra o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, do mesmo partido do presidente, com boa perspectiva: 20%.
O tucano tenta fechar uma aliança com Skaf ocupando uma das vagas de sua chapa ao Senado, possibilidade que, por enquanto, o emedebista rechaça. "Estamos abertos a coligações se o Doria quiser participar da nossa chapa. Mas sou candidato a governador", afirmou Skaf neste domingo (22) após se encontrar com Temer.
Ele também disse ter relatado ao presidente "como as coisas estão caminhando bem", em referência à sua pré-candidatura.
Cargo
De acordo com o atual governador de São Paulo, Márcio França, o encontro com o presidente não se deu apenas para falar de política, mas para tratar de assuntos institucionais. Na pauta, demandas paulistas por recursos para obras na área de transportes, como o trecho norte do Rodoanel e as linhas do metrô em andamento.
Sobre eleição, França diz que se posicionou como candidato. "É o que posso ser, candidato a governador, que é o meu cargo atual. Não posso disputar nenhum outro", afirmou.
O governador disse ainda estar aberto a uma aliança com Skaf, por exemplo, a quem chama de amigo e por quem se sente responsável pela entrada na política - em 2010, Skaf foi candidato ao governo pelo PSB.
Entre os três pré-candidatos, França é o que mais alianças costurou para o pleito de outubro. Desde janeiro, o então vice de Geraldo Alckmin (PSDB) já obteve o anúncio de apoio formal de 13 partidos - PR, SD, PROS, Podemos, Avante, PPS, PHS, PTB, PSC, PPL, PRP, PV e PMB.
Doria anunciou por enquanto uma aliança com o PSD. O partido deve indicar o vice na chapa. Presidente licenciado da legenda, o ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, chegou a se apresentar para o posto, mas recuou e resolveu permanecer no governo Temer.
Alda Marco Antonio, que foi vice-prefeita da capital na segunda gestão Kassab (2009-2012) é uma das cotadas para o posto. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".