Convenção estadual do PT em SP vira ato a favor de Lula ao Planalto

Nayara Figueiredo

São Paulo

  • Valério Gonçalves/Estadão Conteúdo

    O candidato do PT ao governo do Estado de São Paulo, Luiz Marinho (esq) e o ex-prefeito da capital Fernando Haddad

    O candidato do PT ao governo do Estado de São Paulo, Luiz Marinho (esq) e o ex-prefeito da capital Fernando Haddad

A convenção estadual do PT, realizada neste sábado (28), na capital paulista, para confirmar o nome do ex-prefeito de São Bernardo do Campo (SP) Luiz Marinho como candidato ao governo do Estado, transformou-se em mais um ato político favorável à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência.

Lula enviou uma carta, ontem (27), para ser lida durante a convenção. No texto, o petista diz que houve "um golpe dentro do golpe com a intenção de tirá-lo das eleições em que é favorito". Segundo ele, há representantes do atual governo federal que articularam seu afastamento, mas "não são dignos". "Não nos representam e não conseguirão nos derrotar", destacou aos militantes. Lula reforçou a inexistência de provas em sua condenação.

Valério Gonçalves/Estadão Conteúdo
Lula envia carta para convenção estadual do PT em São Paulo

Mesmo preso e condenado na Lava Jato, Lula deve ser oficializado como candidato ao Planalto no dia 4 de agosto, em encontro nacional do PT na capital paulista. O partido organiza um evento com a militância para registrar a candidatura do ex-presidente no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, no dia 15 de agosto.

O evento desta manhã é marcado pela ação da militância do partido no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, que gritava palavras de ordem como "Lula Livre". Cartazes, bandeiras e camisetas dos participantes citam palavras de apoio ao ex-presidente. Todos os banners e vídeos institucionais transmitidos antes do início do evento, que começou com mais de uma hora de atraso, traziam imagens de Marinho junto a Lula.

Plano B

Nos bastidores do evento, o ex-prefeito de São Paulo e coordenador do programa de governo do PT, Fernando Haddad, foi o primeiro a chegar e um dos nomes mais representativos do evento. Ele destacou: "se Lula disputar as eleições para a Presidência, sabemos que termina no primeiro turno". Ele ressaltou a ausência de provas na condenação do ex-presidente e confirmou a existência de um golpe para afastá-lo da corrida pelo Planalto.

Durante sua fala, Haddad não assumiu protagonismo como alternativa de candidato à Presidência, na eventual ausência de Lula. Há rumores de que o ex-prefeito esteja agindo nos bastidores neste sentido, porém, de maneira sutil. A simples presença de Haddad na conferência e sua ação como principal interlocutor de Lula seriam sinais de que o ex-prefeito poderia ser uma segunda aposta do partido.

Também estiveram presentes na convenção o líder do PC do B na Câmara e deputado federal, Orlando Silva, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, e os postulantes ao Senado, Eduardo Suplicy e Jilmar Tatto.

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