Não foi Trump que inventou fake news. Foi Dilma contra mim, diz Marina

Cristian Favaro

São Paulo

  • Marcelo Chello/Folhapress

    28.ago.2018 - A candidata à Presidência da República pela Rede, Marina Silva, participou nesta terça-feira (28), na zona oeste de São Paulo, de uma sabatina, promovida pelo Jornal O Estado de S.Paulo e pela Fundação Armando Álvares Penteado

    28.ago.2018 - A candidata à Presidência da República pela Rede, Marina Silva, participou nesta terça-feira (28), na zona oeste de São Paulo, de uma sabatina, promovida pelo Jornal O Estado de S.Paulo e pela Fundação Armando Álvares Penteado

A candidata da Rede ao Planalto, Marina Silva, atacou seus adversários durante sabatina promovida pelo Estadão e Faap, nesta terça-feira, 28, em São Paulo. A candidata criticou a falta de punição a políticos acusados de receber propina, defendeu o fim da reeleição e disse ter sido a primeira vítima da fake news (notícias falsas).

Segundo a candidata, o PT foi responsável por uma grande campanha de difamação de sua imagem na eleição de 2014, quando também disputou a Presidência da República. "Não foi Donald Trump (presidente dos Estados Unidos) que inventou as 'fake news'. Foi João Santana e a Dilma (Rousseff, ex-presidente petista) contra mim", disse.

Na época, a candidata acabou fora do segundo turno após ter sido criticada pelos adversários. Ao mesmo tempo, Marina negou que tenha se posicionado contra a participação nos debates na TV do petista Fernando Haddad, atual vice na chapa do PT e possível representante na corrida eleitoral diante de um eventual impedimento do ex-presidente Lula de concorrer. "O debate é entre presidentes. O que eu disse é que se o vice do PT puder participar, eu também posso mandar o meu vice para o debate e seguir com minha agenda de viagens", argumentou.

Questionada sobre como realizar a mudança política que tanto prega, Marina defendeu, antes de tudo, transformações profundas na estrutura política e o fim da impunidade. "Se Lula (preso em Curitiba) está pagando pelos erros que cometeu, por que o Aécio (Neves, do PSDB) não está? Por que Michel Temer não está? Por que Renan Calheiros não está?", disparou.

A líder da Rede destacou algumas mudanças importantes para o País: punição para os crimes de caixa 2, fim da reeleição para presidente da República - segundo ela, "quatro anos já é uma dose de doação relevante e suficiente" -, além do fim do foro privilegiado.

Sobre a pecha que normalmente é atribuída à candidata da Rede, de que some e apenas aparece durante as eleições, Marina foi enfática: "Como não estou no noticiário policial, é claro que estou sumida mesmo". Ela também defendeu que, "como não faz discurso de polarização", normalmente seus adversários dizem que ela não se posiciona sobre temas importantes, o que não seria verdade. "Na época do impeachment, fui favorável, mas falei em retirar a chapa Dilma/Temer. O PSDB, quando viu a expectativa do poder, desistiu da própria ação. E eu fiquei sozinha defendendo a cassação. Isso é me pronunciar. Mas talvez isso não tivesse a audiência. Isso é não me pronunciar da forma como querem que eu me pronuncie", defendeu.

Marina é a terceira candidata a participar da sabatina do Estado de S.Paulo nas eleições presidenciais 2018, feita em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). A série de encontros Estadão-Faap Sabatinas com os Presidenciáveis ocorre na sede da fundação, em São Paulo, entre os dias 27 de agosto e 6 de setembro, e foi iniciada com um encontro com Alvaro Dias, do Podemos, e contou também com João Amoêdo (Novo).

Além deles, estão confirmadas as presenças de Ciro Gomes (PDT), Henrique Meirelles (MDB) e Geraldo Alckmin (PSDB). O candidato Jair Bolsonaro (PSL) declinou do convite e a participação de Fernando Haddad, vice na chapa do ex-presidente Lula, foi suspensa até que a situação do registro do PT na Justiça esteja resolvido.

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