'Temos de ampliar a sensação de segurança', diz Doria

Adriana Ferraz e Pedro Venceslau

São Paulo

  • Aloisio Mauricio/Estadão Conteúdo

Em sua segunda disputa eleitoral em dois anos, o candidato tucano ao governo do estado, João Doria, faz promessas ousadas, como ampliar a rede de hospitais no interior e criar batalhões da Rota para aumentar a sensação de segurança. Doria só não diz quanto cada ação vai custar. Em compensação, já avisa: não vai congelar a tarifa do metrô. A seguir os principais trecho da entrevista:

Na última eleição, o sr. prometeu e congelou a tarifa do ônibus em São Paulo. Fará o mesmo com o metrô, se for eleito?

Não, a circunstância agora é diferente. Naquele momento o Brasil vivia uma profunda recessão, uma ascensão gigantesca do desemprego, condições inadequadas para qualquer aumento de tarifa. Hoje, ainda que nós tenhamos uma situação de desemprego elevado, o País já tem taxas de crescimento e pode, gradualmente, apostar na evolução econômica.

Na saúde, promete criar hospitais essenciais. O que é isso?

Terão tudo o que é essencial para o cidadão, como capacidade de internação, especialidades médicas e cirurgias resolutivas, de baixa e média complexidades. Faremos isso com pequenas reformas e mais viáveis para capilarizar melhor o sistema de saúde das prefeituras.

Quanto vai custar?

Isso vamos avaliar assim que assumirmos. Temos de verificar quais as cidades do Estado onde os imóveis permitirão esse tipo de intervenção. As que tiverem serão coparticipantes.

O sr. promete aumentar batalhões da Rota pelo interior, mas não tem falado em aumentar salários, a grande demanda das polícias em relação ao PSDB. Vai fazer isso?

Sim, vamos melhorar as condições salariais das polícias gradualmente, sem romper o equilíbrio fiscal do Estado. Temos de ampliar a sensação de segurança das pessoas e isso é polícia na rua. Por isso, defini com muita clareza que as polícias Civil e Militar serão valorizadas e vão para a rua. Vamos colocar bases comunitárias nas principais cidades e os Baeps (batalhões de ações especiais), com 300 policiais militares cada e padrão Rota de treinamento. Segurança pública será prioridade. Polícia na rua e bandidos na cadeia.

Dará aumento para todo o funcionalismo, como professores?

Vamos por partes, corrigir onde há necessidade. No caso dos professores, vamos trabalhar a meritocracia, com pagamento de bônus em dinheiro.

Já existe isso.

Vamos melhorar. Acho uma atitude correta.

Pesquisa Ibope/Estado/TV Globo mostra que o sr. foi ultrapassado, pela primeira vez, por Paulo Skaf (MDB) dentro da margem de erro. Isso muda alguma coisa na sua campanha?

Não muda nada. Em São Paulo, a população não quer o vermelho, o candidato de esquerda. Essa é a grande constatação. O aspecto bom da pesquisa é que a nossa rejeição diminuiu, sinal de que o horário eleitoral, neste sentido, está funcionando para dar uma demonstração às pessoas que nós não fugimos da Prefeitura.

O sr. não cumpriu sua palavra de ficar quatro anos na Prefeitura. Como fazer o eleitor acreditar de novo no sr.?

É compreensível que as pessoas tenham ficado chateadas. Mas isso é pelo bem, desejavam que eu continuasse fazendo um bom trabalho. Quando você gosta de alguém você não quer que essa pessoa se afaste. Esse é o sentimento que, gradualmente, tem diminuído.

O sr. vive uma situação diferente de 2016, quando começou em baixa. Agora lidera, mas não consegue se descolar.

Liderar pesquisa é mais difícil do que avançar de baixo. Manter posição é muito mais difícil e o País não é o mesmo, essa campanha é mais difícil. Mas estou absolutamente tranquilo. Venceremos essa eleição.

As pesquisas indicam que, em São Paulo, parte do eleitorado que vota no sr. vota no candidato Jair Bolsonaro (PSL). O que vocês têm em comum?

Pergunte ao eleitor.

Estamos perguntando ao sr.

Ele é candidato e eu também.

E, em relação ao presidenciável de seu partido, o ex-governador Geraldo Alckmin?

Ele é o presidente do meu partido e quem será eleito presidente da República.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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