MP denuncia barbeiro acusado de matar capoeirista por discussão política

Julia Affonso

São Paulo

  • Reprodução/Facebook

    Moa do Katendê tinha 63 anos e foi morto a facadas após discussão política

    Moa do Katendê tinha 63 anos e foi morto a facadas após discussão política

O barbeiro Paulo Sérgio Ferreira de Santana, 36, foi denunciado nesta quinta-feira, 18, pelo Ministério Público da Bahia por matar o mestre de capoeira, ativista cultural negro e fundador do afoxé Romualdo Rosário da Costa, 63, o Moa do Katendê.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado, o barbeiro desferiu facadas contra Moa do Katendê em um bar de Salvador após o capoeirista defender seu voto no candidato do PT ao Palácio do Planalto, Fernando Haddad, e criticar o candidato do PSL à Presidência Jair Bolsonaro, nas eleições 2018.

Segundo o promotor de Justiça Davi Gallo, autor da denúncia, o barbeiro matou por motivo fútil e sem possibilitar qualquer defesa à vítima. Santana também foi denunciado por tentativa de homicídio contra Germino do Amor Divino Pereira, que estava ao lado do capoeirista no 'Bar do João' em Salvador.

A denúncia aponta que Santana atingiu Romualdo da Costa com 13 facadas por todo o corpo, após uma discussão sobre a eleição para presidente da República. O promotor relata na acusação que o barbeiro e o capoeirista discutiram em voz alta e "agrediram-se mutuamente de forma verbal".

De acordo com a denúncia, em seguida, o acusado deixou o bar e foi para casa, onde pegou uma faca tipo peixeira e retornou ao local para agredir Moa do Katendê. Durante o ataque, Germino Pereira foi atingido por uma "profunda facada" no braço direito, quando tentou defender a vítima.

A versão sobre o esfaqueamento já havia sido admitida pelo próprio autor do crime, que está detido desde o dia do assassinato, na madrugada do dia 8 de outubro, após o primeiro turno.

Ele teve prisão preventiva decretada no dia 10 de outubro e encontra-se no Presídio da Mata Escura, no Complexo Penitenciário de Salvador. A decisão de manter o barbeiro preso foi tomada, na semana passada, pelo juiz Horácio Pinheiro, que considerou que havia "prova de existência do crime" e "indício suficiente de autoria".

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