Witzel credita vitória no Rio ao apoio de Flávio Bolsonaro

Roberta Pennafort

Rio de Janeiro

O ex-juiz federal Wilson Witzel (PSC), governador eleito do Rio, disse a apoiadores, na festa da vitória, que seu desempenho se deveu à aliança com o senador Flávio Bolsonaro (PSL), primogênito de Jair Bolsonaro (PSL), e ao desejo de renovação na polícia por parte da população. Ele prometeu que não irá decepcionar seus eleitores e afirmou que vai trabalhar priorizando os mais pobres. Anunciou que estará amanhã, às 7h30, na Central do Brasil, para agradecer por sua eleição.

"Eu não peguei carona, não usei de bengala, dei as mãos e fui abraçado por este movimento de renovação. Quero manifestar gratidão a um jovem senador que, num gesto simbólico, contrariando até mesmo o 01 (Jair Bolsonaro), me deu a mão, numa caminhada em Nova Iguaçu, e falou "salva o Rio de Janeiro, Wilson", afirmou, aludindo a Flávio Bolsonaro. Ele fez discurso para um grupo grande de apoiadores numa casa de shows na Barra da Tijuca, zona oeste da capital.

"Foi naquela união de mãos, que vai passar para a história dos nossos filhos e netos, que dois sonhadores nos unimos. Isso foi o suficiente para que contaminasse todos os demais corações do meu lado e do lado dele. Aí ninguém segurou mais", continuou.

"Bolsonaro é um símbolo de mudança que o Brasil estava querendo, para se livrar do declínio na política de compadrio, de toma lá dá cá, de desrespeito com o cidadão. Nós nos livramos. Assim como Jair Bolsonaro, meu compromisso é com o povo do Estado do Rio. E saibam que isso vai facilitar muito as coisas", disse. Witzel afirmou que cuidará da "parte estratégica" do governo, e seu vice, Claudio Castro, ficará com a articulação política do governo.

Ainda no discurso, ele se mostrou ressentido com as acusações contra ele feitas durante a campanha. "Essas fake news e fake pesquisas não podem mais continuar. Eu respeito, a política é um embate de ideias. Mas o que tentaram fazer com meu passado, minha moral e minha dignidade ninguém apaga."

Mais cedo, a jornalistas, Witzel afirmou que "não haverá férias nem descanso" em quatro anos de governo. Ele disse que espera contar com uma "imprensa isenta, imparcial, que não tenha lado e, sim, que tenha o compromisso com a verdade". "Como diz Bolsonaro, a verdade liberta. É através da verdade que vamos governar".

Ele contou também que recebeu ligação do concorrente Eduardo Paes (DEM) logo após o anúncio da vitória. Paes teve 40% dos votos válidos. "Recebi ligação dele e agradeci. O antagonismo que temos nas ideias agora precisa se transformar numa união a favor do Estado do Rio de Janeiro. Alguns pontos em comum precisam ser solidificados. Ele teve votação que tem que ser respeitada. Governar é para todos." A primeira-dama, Helena Witzel, deve se ocupar de trabalhos sociais no Rio Solidário.

O presidente do PSC, Pastor Everaldo, disse durante a festa, ao falar antes de Witzel, que com o governo do PSC existe a esperança de que o Rio "saia das páginas policiais". "O povo vai ter segurança e condições de trabalho", afirmou a liderança do PSC. Em sua fala, o religioso, liderança da igreja Assembleia de Deus, saudou, entre outros políticos, o deputado eleito Rodrigo Amorim (PSL), que gerou controvérsia na campanha ao quebrar uma placa em homenagem à vereadora assassinada Marielle Franco (PSOL).

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