Em 1º ato de campanha de Haddad, presidente do PP pede voto para Lula

Ricardo Brito

De Brasília

No primeiro ato de rua da campanha do candidato a vice-presidente da chapa do PT, Fernando Haddad, o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP, partido que integra a coligação do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, pediu voto para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ao lado de Haddad em um palco em Teresina, na capital do Piauí, Ciro Nogueira disse que o fato de a campanha petista começar pelo Piauí mostra o "diferencial" de Lula, o "carinho" que tem pelos mais pobres e pelo desenvolvimento do Nordeste.

Ele também agradeceu a Haddad, a quem chamou de "vice-presidente" e "ministro" --numa referência ao fato de ele ter ocupado a pasta da Educação nas gestões de Lula e de Dilma Rousseff.

"Nós não podemos perder essa chance, minha gente, e é por isso que estamos aqui ao lado de Fernando Haddad, ao lado de Wellington (Dias, governador do Estado, candidato à reeleição e filiado ao PT) candidato, de Regina Sousa (senadora e candidata a vice-governadora), porque nós sabemos que temos de devolver a esperança ao povo do Piauí", disse Ciro.

O presidente do PP, que é candidato à reeleição ao Senado, disse estar ao lado de Wellington Dias para que ele devolva a esperança ao povo e destacou que, se depender da população local, o país terá sim Lula "presidente de novo".

Ciro Nogueira firmou uma aliança no Estado para tentar se reeleger ao Senado, apoiando a chapa petista encabeçada por Wellington Dias e para a segunda vaga ao Senado o deputado federal pelo MDB Marcelo Castro, que foi ministro da Saúde de Dilma.

No plano nacional, contudo, o PP fechou apoio a Alckmin e ainda indicou a candidata a vice do tucano, a senadora Ana Amélia (RS).

"Vamos em frente, é Lula, Haddad, Wellington, Regina, Ciro (Nogueira) e Marcelo, para o bem do Piauí, vamos em frente!", afirmou o presidente do PP.

Lula --que está em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto ao Palácio do Planalto e é extremamente popular no Nordeste-- está preso desde abril cumprindo pena pela condenação no processo do tríplex do Guarujá (SP). O petista provavelmente terá a candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa e Haddad deve substituí-lo na cabeça de chapa petista.

PERSEGUIÇÃO

Em sua primeira agenda na rua após ser oficializado vice de Lula, Haddad --ainda pouco desenvolto no palanque-- disse ter trazido a Welligton Dias um recado do ex-presidente. Afirmou que Lula é "candidatíssimo" e que vai governar junto com ele.

O candidato a vice aproveitou a fala para citar a decisão do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) que, mais cedo, afirmou que Estado brasileiro deve garantir a Lula o exercício de todos os direitos políticos mesmo que na prisão, incluindo o acesso a membros do seu partido e à imprensa, e que não o impeça de concorrer nas eleições de 2018 até que todos os recursos judiciais pendentes sejam analisados.

Segundo Haddad, a "maior autoridade" mundial disse que o ex-presidente "não pode ser mais perseguido" e protestou. "Todas as autoridades brasileiras estão querendo evitar o inevitável, que o Lula volte ao Planalto", disse.

O vice petista disse que é preciso recuperar a "soberania" nacional e popular e que, fora isso, é cassar o direito do povo. "O Lula vai lutar até a ultima gota de suor para ser candidato a presidente, com todas as forcas, e já disse, 'não vou trocar minha dignidade pela minha liberdade'", afirmou.

Nesta semana, governadores petistas e aliados pressionaram para que Haddad começasse a fazer atos de rua para se tornar conhecido e, em reunião com esse grupo, ficou decidido que o candidato a vice iniciaria esse périplo pelo Nordeste. Nos próximos dias, ele deve visitar outros Estados da região, como Bahia e Ceará.

(Edição de Eduardo Simões)

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