Rodrigo Maia diz que sua agenda é mais convergente com a de Bolsonaro

Rodrigo Viga Gaier

Do Rio

  • FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que após a eleição de domingo é que começará a pensar na possibilidade de uma eventual candidatura à reeleição à presidência da Casa, mas admitiu que a eventual eleição de Jair Bolsonaro (PSL) no domingo representaria a vitória de uma visão mais alinhada com a dele.

Nos últimos dias, notícias relatavam que Maia já estaria articulando a sua reeleição. Reportagem da Reuters na terça-feira mostrou que Bolsonaro tem indicado que poderia respaldar o nome do deputado do DEM.

"Só vou tratar disso depois da eleição", disse Maia a jornalistas no Rio de Janeiro, admitindo, no entanto, que uma vitória de Bolsonaro no domingo pode ser favorável.

"A única vantagem que o campo que vai vencer (a eleição presidencial) tem é uma agenda muito mais convergente com a minha do que a do PT, que tem agenda divergente da minha", disse Maia. "A agenda econômica do PSL é a mesma da minha..., mas esse jogo (presidência da Câmara) começa a partir de domingo. Já tive paciência na minha primeira reeleição."

Maia evitou declarar abertamente seu voto em Bolsonaro, para não parecer oportunismo eleitoral, mas deixou claro sua preferência pelo capitão da reserva e lembrou que a maioria do seu partido, o DEM, vai votar no candidato do PSL.

"Acho que o Bolsonaro não precisa disso (para vencer a eleição)... Meu partido declarou neutralidade mas a presidência do meu partido já declarou que é Bolsonaro. Eu fui majoritariamente contra o PT nos últimos anos. O favoritismo dele é enorme", destacou.

Na terça-feira, Maia se encontrou com a bancada da bala e se comprometeu a pautar para depois das eleições a flexibilização do Estatuto do Desarmamento. O presidente da Câmara confirmou que há possibilidade e espaço para se pautar a discussão, mas negou que o acordo faça parte de uma articulação visando a sua reeleição para presidência da Casa.

"Esse tema já foi tratado antes... e não tem nada a ver", disse. "Se for nos termos que foi acordado pode haver possibilidade de votar", acrescentou Maia, que espera que a futura composição da Mesa da Câmara seja consensual com a maioria e a minoria representados.

O presidente da Câmara frisou que a demanda da sociedade, mostrada nas urnas pela força dos votos de Bolsonaro, mostra que o Congresso não pode ficar alheio a questões como o porte de arma dentro de propriedades rurais, fim da obrigação de um delegado da PF ser responsável pela autorização para a posse de arma entre outros pontos. Nem mesmo o início de uma discussão sobre a reforma da Previdência, foi descartada por Maia

Bolsonaro tem defendido durante a campanha tipificar a invasão de terras no país como crime de terrorismo. Maia acha que o tema não pode ser ignorado e, lembrou que já há uma proposta no Congresso que dá para discutir.

"Tem um texto que é bom, que é equilibrado e daria para discutir. As pessoas demandam segurança nas suas terras e no campo tem muito roubo e invasão", disse.

"A eleição provou que essas não são demandas pontuais, mas sim coletivas. O apoio do campo ao Bolsonaro vai na direção dos dois temas, mas não sabemos quando vai votar. A eleição botou esses temas na agenda do Congresso."

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