ESCÂNDALOS NO CONGRESSO

66. Ministro das Cidades acusado de tentar comprar deputados

Data de Divulgação

20.ago.2011

O escândalo

Deputados federais do PP acusam o ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP-BA), de oferecer R$ 30 mil mensais para eles em troca de apoio dentro do partido, publicou a revista "Veja" em 20.ago.2011. Outros veículos repercutiram o caso, inclusive "Folha de S.Paulo" e "O Globo".

Segundo "Veja" deputados do PP relataram a oferta de Negromonte à ministra de Ideli Salvatti (Relações Institucionais). O ministro estaria, segundo a revista, "em guerra aberta" com parte de seu próprio partido. Por isso, ele "estaria transformando o ministério num apêndice partidário e usando seu gabinete para tentar cooptar apoio".

O ministro, de acordo com a reportagem, reservou uma sala no Ministério das Cidades, anexa ao seu gabinete, para que 4 políticos de sua confiança pudessem trabalhar para "persuadir os deputados a se alinhar novamente" com seu grupo. Os quatro aliados de Negromonte, segundo "Veja" são os pepistas João Pizzolatti, Nelson Meurer, José Otávio Germano e Luiz Fernando Faria. "Apenas na última terça-feira [16.ago.2011], 12 parlamentares estiveram no ministério. Sob a condição do anonimato, 3 deles revelaram que ouviram a proposta da mesada de 30.000 reais", publicou a revista.

Contexto
"Veja" publicou, ainda na reportagem de 20.ago.2011, análise sobre o caso. "O PP é o terceiro maior partido da base aliada, com 41 deputados e cinco senadores. Controla há anos o Ministério das Cidades, que dispõe de um orçamento de 22 bilhões de reais e programas de forte apelo eleitoral em todos os cantos do país. Na formação do governo Dilma, Negromonte foi indicado mais por suas relações com o PT da Bahia do que pelo trânsito junto aos colegas. Uma parcela do PP queria manter Márcio Fortes, ministro por mais de cinco anos no governo Lula", afirmou o texto. A reportagem também atribuiu ao grupo de Márcio Fortes a destituição de Nelson Meurer, aliado de Negromonte, da liderança da bancada do PP na Câmara. Quem assumiu o posto foi Aguinaldo Ribeiro, aliado de Fortes.

Outro lado
Segundo "Veja", o ministro Mário Negromonte atribuiu as acusações a intrigas do rival Márcio Fortes. "Sei que há boatos de que pessoas vieram aqui para fazer isso e aquilo, da mesma forma que o pessoal estava dizendo que o Márcio Fortes foi lá na liderança fazer promessa, comprometer-se na tentativa de arranjar assinatura. Não me cabe ficar comentando boato", afirmou, segundo publicado pela revista em 20.ago.2011.

O ex-ministro das Cidades Márcio Fortes disse, de acordo com "Veja": "No dia 31 de dezembro, deixei o cargo de ministro e me afastei das atividades partidárias".

A Secretaria de Relações Institucionais confirmou, segundo "Veja", ter recebido as acusações levantadas pela revista. A reportagem diz ainda que "a presidente Dilma Rousseff também já foi informada do problema".

O que aconteceu?

Nada.

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