Data de Divulgação

4.mai.2011

O escândalo

A Polícia do Senado ordenou que uma equipe do programa "CQC", da TV Bandeirantes, deixasse da Casa após o repórter Danilo Gentili fazer uma pergunta incômoda ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL) na tarde de 4.mai.2011. O fato foi amplamente noticiado no dia do ocorrido, inclusive pelos sites dos jornais "Folha de S.Paulo" e "O Estado de S. Paulo".

Os jornais informaram que o repórter, um cinegrafista e um produtor do "CQC" foram convidados a se retirar do Senado após perguntar a Renan se a sua indicação para o Conselho de Ética da Casa seria semelhante à do traficante Fernandinho Beira-Mar para o Ministério de Combate às Drogas.

"Ele [o policial] nos deu uma ordem de expulsão, aí ficamos em um gabinete para não ter que sair do Senado. Um dos seguranças chegou a dizer que estava constrangido porque sabia que nós temos credenciais para circular livremente pela Casa", disse Danilo Gentili, segundo publicou a "Folha".

Após passado um tempo, no mesmo dia, a equipe continuou gravando no Senado sem ser novamente abordada pelos policiais, informou a "Folha".

Em 4.mai.2011, Gentili também abordou o senador Roberto Requião (PMDB-PR), sem obter respostas a seus questionamentos, diz o texto do jornal. Via twitter, Requião ameaçou bater no repórter. Segundo a "Folha", o senador escreveu: "Novamente nos corredores do Senado o mal cheiroso CQC procurando descolar uma agressão física".

Este Monitor de Escândalos no Congresso registrou outro caso em que Requião ameaçou agredir um repórter, também em 2011. Na ocasião ele tomou o gravador do jornalista e apagou o conteúdo –inclusive entrevistas concedidas por outros políticos.

Outro lado
Segundo a "Folha", a Polícia Legislativa do Senado confirmou que pediu para a equipe do "CQC" ir embora do Senado. O motivo, segundo os policiais, seria a falta de credenciais de imprensa que permitem a livre circulação nas dependências da instituição.

"Eles não têm autorização para circular. Se tivessem, nós não teríamos abordado. Eles deram entrada com o pedido [de autorização], mas ele ainda não saiu. Se insistiram nisso, estão descumprindo uma ordem da Casa", disse o diretor da Polícia do Senado, Pedro Araújo Carvalho, de acordo com o texto da "Folha".

O que aconteceu?

Nada.