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Salário mínimo pode ter meio termo, diz novo líder do PT no Senado

Fábio Brandt<BR>Do UOL Notícias<BR>Em Brasília

11/01/2011 19h36Atualizada em 11/01/2011 20h01

O senador Humberto Costa (PT-PE), novo líder do PT no Senado, declarou nesta terça-feira (11) que é possível haver meio termo na proposta de aumento do salário mínimo. Segundo ele, ainda “tem muito tempo de conversa, de negociação, para que nós possamos chegar a uma solução que agrade ao povo brasileiro”.

A proposta do governo é aumentar o mínimo de R$ 510 para R$ 540, mas a oposição quer R$ 600 e outros partidos da base aliada –como o PDT, do sindicalista Paulinho da Força (PDT-SP)– quer R$ 580.

Costa ainda lembrou que a proposta de reajuste ainda não chegou ao Senado, mas que, quando chegar, pode atender interesses dos movimentos sociais e do governo. “Todos nós sabemos que é justo que se tenha um salário maior possível”, disse o senador, ressaltando, entretanto, que o valor deve atender também “prioridades que o governo tem”.

CPMF

O novo líder, que é ex-ministro da saúde do governo Lula, também falou sobre a CPMF após assumir o novo cargo. Para ele, há consenso “de todos os brasileiros” de que a saúde precisa de mais recursos, mas isso não implica a volta do imposto.

Apesar disso, na opinião de Costa, a forma como os recursos vão ser gerados é uma decisão secundária. “O importante é que tenhamos em vista um debate sobre a reforma tributária e, nessa reforma, se possa fazer a discussão se esse [CPMF] é outro imposto qualquer, se é mais justo ou menos justo do que qualquer imposto que esta aí”.

Articulação no Senado

Na mesma reunião de hoje, a bancada do PT no Senado também legitimou um grupo de senadores incumbidos de negociar a formação de um bloco e a ocupação de cargos na Casa.

Além do novo líder, Humberto Costa (PE), fazem parte do grupo Lindberg Farias (RJ), José Pimentel (CE) e Walter Pinheiro (BA). Eles se reunirão nesta quarta-feira para organizar o modo como vão procurar os aliados.

Sem participar de nenhum bloco, o PT tem a segunda maior bancada na Casa e deve escolher qual comissão vai presidir após o PMDB (que tem a maior bancada e, possivelmente, escolherá a Comissão de Constituição e Justiça).

Na situação atual, petistas ficariam provavelmente com as presidências das comissões de Infraestrutura e de Assuntos Econômicos. Participantes da reunião relatam que Eduardo Suplicy (PT-SP) e Delcídio Amaral (PT-MS) se dispõem a presidir a Comissão de Assuntos Econômicos. Para Infraestrutura, o candidato é Lindberg Farias (PT-RJ).

A bancada também confirmou que prefere ter a primeira vice-presidência da Casa à primeira secretaria. Para esse posto, os cotados são Marta Suplicy (PT-SP) e José Pimentel (PT-CE).

Petistas afirmam que a liderança do governo no Senado não foi discutida na reunião, por se tratar de uma indicação que cabe à presidente Dilma Rousseff. Mas participantes da reunião apontam Wellington Dias (PT-PI) como cotado para o posto.

Nova reunião da bancada do PT no Senado está marcada para 27 de janeiro. Nessa ocasião, o partido espera já ter definido seu bloco e os cargos que vai ocupar na Casa.