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Oposição no Congresso pede apuração de denúncia contra Michel Temer

Camila Campanerut<br>Do UOL Notícias <BR>Em Brasília

06/04/2011 08h01

Em tom de cautela, os líderes da oposição no Congresso Nacional pediram uma investigação "aprofundada" da denúncia de envolvimento do vice-presidente da República e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), de recebimento de propina por empresas prestadoras de serviços ao porto de Santos (SP), na década de 1990.

“Até hoje não há nada que desabone a sua história, a sua conduta e a sua biografia. Sempre o acompanhei, e ele tem uma postura de reagir veementemente a acusações que eram imputadas contra ele. Espero que agora seja da mesma forma. Agora, tudo tem que ser apurado a fundo, porque estamos falando do vice-presidente, não é de qualquer pessoa”, afirmou o líder do DEM na Câmara dos Deputados, ACM Neto (BA).

O deputado federal e presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), também defendeu apurações sobre o caso. “Tudo que eu desejo é que o vice-presidente Michel Temer realmente prove que não tem nada a ver com isso. A oposição só tem um sentido: é de exigir o cumprimento da lei para todos, inclusive para ele.”

Na mesma linha, o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), não quis discutir o “mérito da denúncia”, contudo cobra do STF (Supremo Tribunal Federal) que as medidas cabíveis sejam tomadas. “Não posso discutir o mérito [da denúncia], porque não o conheço, mas é um fato grave. De qualquer forma, o eleitor se sente enganado quando sabe de certas denúncias apenas depois da eleição. Não cabem ações [da oposição] neste momento, porque a discussão está em outra esfera. Só não pode ficar sem investigação”, afirmou. 

O líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO), diz que vê com preocupação a denúncia. “É questão de apuração. Nós não temos como avaliar se há consistência ou não. Se houver, é matéria muito grave que deve gerar uma crise muito grande, mas vamos esperar a conclusão do inquérito.”

Em nota divulgada na terça-feira (5), após reportagem da “Folha de S.Paulo”, Temer negou ter recebido suborno e disse que o caso já foi analisado e arquivado pela Procuradoria Geral da República em 2002.