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CPI dos Transportes só pode sair no Senado, não na Câmara, diz líder tucano

Fábio Brandt e Maurício Savarese<BR>Do UOL Notícias<BR>Em Brasília

19/07/2011 16h18Atualizada em 19/07/2011 18h16

A abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar denúncias no Ministério dos Transportes depende da assinatura de mais quatro senadores para atingir o número de 27 –um terço do total na Casa. A informação é do líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Duarte Nogueira (SP), em entrevista ao UOL Notícias.

“O governo tem uma maioria tão avassaladora na Câmara que dificilmente a oposição conquistaria as 172 assinaturas necessárias [para abrir a CPI]. É mais fácil que isso aconteça no Senado, onde nos faltam quatro assinaturas para termos as 27 para a instalação”, disse o tucano. Apesar do recesso parlamentar, as articulações para emplacar a comissão continuam.

“O Ministério dos Transportes se transformou em uma fábrica de irregularidades. Cada dia surge uma denúncia. Para passar isso a limpo, sem dúvida uma CPI seria o melhor caminho”, afirmou Nogueira.

O PSDB protocolou nesta terça-feira (19) um requerimento de convocação do ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, envolvido em algumas das denúncias.

Oposição aposta no Senado para fazer CPI do Transporte, diz líder tucano

Os oposicionistas querem que Passos explique aditivos que encarecem contratos de obras públicas. Denúncias publicadas na imprensa nas últimas semanas indicam que o PR, partido do ministro e de seu antecessor, Alfredo Nascimento (AM), abastecia seu caixa eleitoral no Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e em outras estatais da área.

Os tucanos acreditam que o recesso parlamentar, que vai até a primeira semana de agosto, ajudará a acumular material para que a CPI seja instalada. O governo também vai operar para retirar assinaturas do pedido de abertura da comissão.

Exonerados

O governo de Dilma Rousseff exonerou hoje mais três funcionários do Ministério do Transportes –José Osmar Monte Rocha, Darcy Michiles e Estevam Pedrosa– e três do Dnit: Luiz Claudio dos Santos Varejão, Mauro Sérgio Almeida Fatureto e Maria das Graças de Almeida.

Rocha, que é considerado afilhado de Valdemar Costa Neto (PR-SP), integrou o chamado Grupo Executivo, um comitê encarregado de administrar a dívida do antigo DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem), que deu origem ao Dnit e é controlado por Valdemar.

Segundo apurou a Folha.com, Paulo Sérgio Passos deve escolher como seu secretário-executivo Deuzedir Martins, atual titular da Geinv (Gerência de Engenharia e Investimentos em Rodovias), da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).