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Cabral diz que "não há motivo" para comparecer à CPI do Cachoeira

Fábio Leite

Do UOL, no Rio

30/05/2012 12h05

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), disse nesta quarta-feira (30) que "não há motivo" para ele comparecer à CPI do Cachoeira que investiga as relações do bicheiro com agentes públicos.

Segundo Cabral, seu nome não aparece em nenhuma das gravações feitas pela Polícia Federal no inquérito que investiga as ações do contraventor.

“Eu não vejo razão [para ir à CPI]. E os deputados e senadores têm responsabilidade. Você não pode transformar uma CPI num palanque político em ano eleitoral”, disse Cabral, após cerimônia de inauguração de uma UPP no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio.

Cabral evitou comentar a atitude do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), que foi à CPI e pediu para ser ouvido. “O governador de Goiás tem as razões dele para ir, e eu o respeito. Agora, nas 250 mil gravações, meu nome não aparece em nada.”

Sobre as investigações de sua amizade com o empresário Fernando Cavendish, dono da construtora Delta, investigada pela PF, o governador se disse tranquilo. “Não tenho nenhum temor de  quebra de sigilo de empresa A, B ou C. Não é o fato de uma amizade que me levaria a ir a qualquer lugar.”

A convocação de Cabral foi cogitada após a divulgação de fotos e vídeos em que ele aparece ao lado de Cavendish, em Paris e Monte Carlo.

Em Brasília, o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), afirmou que governadores de Estado podem ser convocados para depor à comissão. A resposta se deu após um questionamento do deputado Gladson Cameli (PP-AC), que viu possibilidade de violação do princípio da separação dos poderes se Marconi Perillo (PSDB-GO), Agnelo Queiroz (PT-DF) e Cabral fossem convocados.

Ontem, a CPI quebrou os sigilos bancário e fiscal da construtora Delta em todo o país. Vital do Regô, porém, decidiu adiar a decisão sobre depoimentos de governadores.