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Onze anos após morte de Toninho do PT, delegado quer força-tarefa para o caso

Do UOL, em Campinas

10/09/2012 12h54

O delegado titular da Delegacia de Homicídios de Campinas (94 km de São Paulo), Rui Pegolo, disse ao UOL que nos próximos dias irá pedir ao delegado seccional uma força-tarefa para ajudar a concluir o inquérito sobre o assassinato do ex-prefeito Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, ocorrido em 10 de setembro de 2001.

“Eu já fiz o pedido de reunião com o delegado seccional, e ainda esta semana ou na próxima vamos nos reunir. Vou pedir uma força-tarefa para conseguir avançar no caso. Eu acredito que a Polícia Civil tenha possibilidade de solucioná-lo ainda”, disse.

Pegolo nega que a investigação esteja inerte, mas admite que, com outros 300 inquéritos de homicídios para serem desvendados por sua equipe, precisa da intervenção da seccional para avançar no caso.

O advogado da família, William Ceschi Filho, trabalha na elaboração de uma denúncia formal de omissão contra o Estado brasileiro, que deve ser apresentada ainda em 2012 à Organização dos Estados Americanos (OEA), órgão internacional de defesa dos direitos humanos.

Memória

“Já esgotamos todas as possibilidades de investigação no âmbito federal e notamos uma inércia da polícia no caso. Por isso, vamos denunciar o Estado Brasileiro. Entramos com o pedido formal da intervenção da Polícia Federal no caso em 2011 e até agora nada foi feito”, disse o advogado.

O crime

Toninho foi assassinado a tiros na noite de 10 de setembro de 2001 na avenida Mackenzie, em Campinas, quando seguia de carro para a casa onde vivia. Para a família, a morte teve motivação política e foi a mando do crime organizado, mas Pegolo afirma que essa hipótese não apareceu no inquérito, e, portanto, a polícia trata o caso como crime comum.

O inquérito chegou a ser concluído, e o Ministério Público apresentou denúncia contra o sequestrador Wanderson Nilton de Paula Lima, o “Andinho”, alegando que Toninho foi morto porque seu carro atrapalhou a passagem de criminosos do grupo de Lima. Os juízes e o desembargador do caso não se convenceram da acusação, e a Justiça ordenou que o inquérito fosse reaberto em 2010.

Porém, segundo Paulo da Costa Santos, irmão de Toninho, não houve avanços, e o inquérito continua parado. “Voltamos à estaca zero. Desde a reabertura, no fim de 2010, só há promessas, nada foi feito, nem pela polícia nem pelo Ministério Público. Por isso, queremos que a investigação tenha o suporte da Polícia Federal.”

O advogado da família também informou que aguarda para esta semana a resposta de um pedido de audiência com o Conselho de Direito e Defesa da Pessoa Humana, da Secretaria dos Direitos Humanos, para apresentação do caso e para recorrer mais uma vez no sentido de pedir a intervenção da PF nas investigações.