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Prefeito assume cargo, mas é afastado por compra de votos em Minas Gerais

Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Renata Tavares

Do UOL, em Uberlândia

15/01/2013 14h58

O prefeito eleito de Cachoeira Dourada (721 km de Belo Horizonte), no Pontal do Triângulo Mineiro, Walter Pereira Silva (PSDB), foi afastado do cargo nove dias depois de ter assumido o cargo por uso da máquina pública e compra de votos. Ainda cabe recurso da decisão.

O TRE-MG (Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais) confirmou por unanimidade a cassação de Walter e do vice, Walteci dos Reis Storti (PTB), no dia 17 dezembro. No entanto, como o Judiciário estava em recesso, entre os dias 20 de dezembro e 6 de janeiro, Walter Silva disse não ter sido notificado da cassação e foi diplomado, na mesma data. Na volta do recesso, foi notificado formalmente pelo TRE e deixou o cargo.

De acordo com o TRE-MG, durante o período eleitoral, a PM (Polícia Militar) flagrou um caminhão fazendo entrega de materiais na casa de uma eleitora. As notas fiscais estavam em nome da Prefeitura de Cachoeira Dourada de Minas.

Em nota, a relatora do caso no TRE, Alice Birchal, disse que a entrega à eleitora foi determinada pela prefeitura em troca de votos, “configurando verdadeira doação ou distribuição gratuita de bens”.

Walter Pereira Silva, que obteve 1.161 votos (60%), negou ter cometido os crimes e se justificou dizendo que houve um equívoco por parte do funcionário da loja de material de construção.

“Ele confundiu as notas fiscais. Estou recorrendo e pedindo liminar para que eu volte à prefeitura ainda neste bimestre. Tenho esperança de ser absolvido em terceira instância. Um prefeito que é eleito com 60% dos votos não precisa de comprar de votos."

Na manhã desta segunda-feira (14), o presidente da Câmara, José Márcio Storti (PTB), da mesma coligação de Walter Silva, tomou posse e vai substituí-lo até o parecer final do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O UOL tentou falar com o prefeito substituto pela manhã, mas ele não atendeu às ligações. A secretária informou que ele poderia atender no período da tarde, porém ao retornar no horário combinado a reportagem foi informada que o prefeito estava em Capinópolis, cidade vizinha de Cachoeira Dourada.

Na mesma nota, a relatora do caso, juíza Alice Birchal, disse que como a chapa eleita obteve mais de 50% dos votos, deve ser marcada pelo Tribunal uma nova eleição para prefeito no município, situado no Triângulo Mineiro (Zona Eleitoral de Capinópolis).