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Lula diz que fará "todo esforço" para que Campos apoie Dilma, mas despista sobre vice

Carlos Madeiro

Do UOL, em Fortaleza

01/03/2013 12h53

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, em entrevista na manhã desta sexta-feira (1º), em Fortaleza, que vai fazer "todo o esforço" para convencer o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, a desistir de uma possível candidatura à Presidência em 2014 em favor da reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Lula participou da abertura da reunião do diretório nacional, quando afirmou que os dirigentes do PT devem ter "paciência", já que o partido não tem interesse de romper com ninguém.

"Todo sabe que sou muito amigo do Eduardo, do Cid [Gomes]. O meu papel é tentar fazer todo o esforço para que a gente fique junto. Eu não conversei com Eduardo esse ano, teve a questão das férias. Mas agora vou voltar a conversar. Eu acho que nós temos que construir uma aliança muito forte. O Eduardo é uma personalidade que pode desejar qualquer coisa nesse país", disse.

Enquanto Lula falava em Fortaleza, em Pernambuco Eduardo Campos criticava o governo federal. O governador pernambucano afirmou que o Sistema Único de Saúde (SUS) é subfinanciado pelo governo federal e precisa ser rediscutido, "corrigido", assim como o pacto federativo.

Para o ex-presidente, a aliança entre os dois partidos é histórica e deve ser mantida. "O que nós temos de ver é se, estrategicamente, vale a pena se colocar em risco uma aliança histórica e que vem dando tão certo nesse país, que é a aliança do PT com o PSB. Vocês lembram que o PSB já lançou candidato contra mim, o Ciro Gomes já foi candidato, e nós não perdemos a amizade. Mas estamos começando ano de 2013, faltam quase dois anos para a eleição, não é bom a gente ficar fazendo política pelo 'disse-me-disse'", ponderou.

Mesmo com o diálogo que pretende ter, o ex-presidente não quis comentar sobre a ideia do governador cearense Cid Gomes de lançar Campos como vice de Dilma. "Não cabe a mim falar de vice, que será da Dilma. Mas como a Dilma também tem uma bela amizade com o PSB, e a nossa relação é histórica, acho que eles vão conversar no momento certo. Eu acho que final, entre mortos e feridos, todos serão salvos”, avaliou.

Apesar do esforço que promete fazer para manter o PSB na base governista, o ex-presidente negou que fará qualquer tipo de pressão para que Campos desista de uma pretensa candidatura. "Eu defendo a liberdade incondicional de cada partido de fazer o que bem entenda. Não fosse assim, o PT não tinha chegado à presidência. Só chegou porque eu teimei muitas vezes. Jamais tomaria qualquer atitude contra qualquer companheiro para que não seja candidato", finalizou.

Questionado, o presidente não quis comentar sobre a informação do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) de que os réus do mensalão deverão ser presos nos próximos meses. "Eu fui presidente, muitos deles [ministros] que estão lá fui eu que indiquei. Não posso emitir qualquer opinião", falou.